sábado, 10 de novembro de 2012

The Killers


The Killers volta pronto pra batalha
 
 

Foram quase três anos de hiato. Depois de emendar três ciclos de álbum novo e extensivas turnê mundo afora, o The Killers deu aquela parada estratégica para repensar a vida, embarcar em projetos pessoais e só depois retornar para a batalha do dia a dia de uma banda de sucesso internacional. E foi exatamente isso que Brandon Flowers e companhia fizeram. Durante o mês de setembro lançaram o quarto trabalho de estúdio da banda, intitulado “Battle Born”.

O direcionamento musical do novo álbum era um tanto quanto previsível. Depois de um elogiadíssimo disco de estreia, “Hot Fuss”, que contava com canções estilo rock de arena de ponta a ponta, veio um trabalho um pouco mais pesado, “Sam’s Town”, que careceu um pouco de regularidade, mas nos brindou com verdadeiros hinos do indie rock como “When You Were Young”.  A seguir veio “Day and Age”. Um pouco mais ousado ao flertar com outros estilos como a dance music e ritmos latinos, o cd recebeu críticas variadas mas, no geral, se saiu bem. Sendo assim, por conta de toda essa jornada, não seria surpresa se os caras resolvessem voltar à zona de sgurança e partissem para compor um trabalho mais voltado às suas origens.

A exemplo do que aconteceu com outra excelente banda indie, o Bloc Party, após a pausa, o The Killers realmente resolveu voltar ao básico. Vejam bem, não é uma mera cópia de ‘Hot Fuss” apenas para agradar a todos, garantir uma boa vendagem e elogios da mídia. Eles se basearam no ponto de onde partiram, mas acrescentaram algo mais para mostrar que ainda são uma banda relevante.
 
 

O estilo de rock influenciado por Bruce Springsteen e por que não dizer, Queen, está em praticamente todas as faixas de “Battle Born”. Os caras cresceram durante os anos 80 e são claramente influenciados pelo som feito neste período. Portanto, os teclados que nós vimos desde “Somebody Told Me” ainda estão presentes. A melodia calculadamente emocional nos vocais de Flowers também está por lá.

O cd começa com “Flesh And Bone”. A introdução calma vai dando lugar a um ritmo mais intenso até chegar em um belo refrão. A mesma fórmula foi utilizada no primeiro single do álbum, “Runaways”.  Quando ouvi pela primeira vez não dei muita bola. Mas hoje, quando escuto, não tem como não cantar junto um dos refrões mais certeiros de todo o repertório do grupo. Já é inclusive um ponto alto das apresentações mais recentes.

Na sequência, me chamou a atenção a faixa “A Matter of Time”. Um rock agitado que remete ao The Killers do início da carreira. Já a ótima balada (que não poderia faltar num álbum do Killers) “Here With Me” tem tudo pra ser um dos singles do disco. Mas quem pulou na frente e já foi lançada como segunda “música de trabalho” (como eu detesto esse termo) do novo álbum é “Miss Atomic Bomb”, que segue a linha mais tradicional de composição do The Killers.
 
 

Os únicos “escorregões” do disco são a monótona “Heart of a Girl” e a mezzo country “From Here on Out”. Outra bela balada, “Be Still”, e a excelente faixa-título, encerram o álbum am alto nível. Quem tiver a oportunidade de adquirir a edição deluxe vai encontar mais duas faixas inéditas, “Carry Me Home” e “Prize Fighter”, além de uma versão remix de “Flesh and Bone”.

Numa impressão geral, eu diria que “Battle Born” é um disco um pouco mais sério que seus antecesssores. Não falo com relação as letras, que continuam seguindo a temática ora positivista, ora romântica. Mas os arranjos são um pouco mais sisudos. Está longe de ser um trabalho melancólico. Como eu disse durante o texto, a essência do grupo está lá, mas eles arrumaram um jeito de diferenciá-lo do resto da discografia. E nisso diria que foram bem sucedidos.

Quem já é fã da banda, como no meu caso, vai gostar do álbum e certamente vai vibrar com as novas músicas que se encaixaram bem no setlist da turnê atual. E por falar em turnê, o caras virão ao Brasil pela terceira vez no ano que vem. Eles serão a atração principal do primeiro dia do festival Lollapalooza. Será uma ótima oportunidade de ver um ótimo show como os que eu pude ver em 2007 e 2009.
 
 

Pois bem, o The Killers está de fato de volta à batalha e pronto para vencer. Com um trabalho competente, que leva a marca registrada dos rapazes de Las Vegas, mais uma vez ficou comprovado porque eles são um dos maiores nomes do indie rock e, por que não dizer, de todo o rock dos anos 2000.
 

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