quinta-feira, 18 de outubro de 2012

TOP 5



 Os cinco melhores álbuns de Rap


O rap é um gênero musical considerado “jovem”. Surgido no início dos anos 80, o estilo passou por várias fases e em várias oportunidades gerou polêmica. Talvez por isso pode ser considerado um tipo de som que sofre muito preconceito por parte daqueles que não o conhecem a fundo.
Esta seleção foi extremamente difícil de ser feita. Colhi a opinião de colegas fãs de rap para montar a lista final, mas mesmo assim fiquei numa dúvida atroz. Algumas obras primas inevitavelmente foram deixadas de fora. Tamanha foi a indecisão que este Top 5 acabou se tornando um Top 5 “plus”. Vocês verão o porque. Espero que gostem.








1º “Sobrevivendo no Inferno” - Racionais MCs – 1997
Considerado um divisor de águas na história do rap nacional o segundo álbum dos Racionais MCs foi responsável por uma verdadeira revolução social. Fez com que os olhos de público e mídia se voltassem para o rap com mais atenção. Depois de “Sobrevivendo no Inferno”, um estilo musical que atraía essencialmente as camadas menos privilegiadas da sociedade passou a agradar até mesmo os “playboys”, duramente criticados nas letras de Mano Brown e Edy Rock. A qualidade das bases criadas pelo DJ KL Jay se encaixaram perfeitamente com as linhas vocais, fazendo desse trabalho uma obra de arte definitiva. Difícil citar apenas duas ou três faixas, mas recomendo “Capítulo 4, Versículo 3”, “A Fórmula Mágica da Paz” e Diário de um Detento”.








2º “All Eyez On Me” – Tupac Shakur – 1996
Lançado apenas alguns meses antes do rapper ser assassinado em Las Vegas, “All Eyez On Me” foi o quarto álbum da curta, porém brilhante carreira de Tupac. No seu auge como artista, compondo diversas músicas como se soubesse que precisava registrar tudo que tinha em mente, este trabalho acabou se tornando um cd duplo. Mesmo extenso, não perde a energia em momento algum. O vocal característico de Tupac em cima de bases produzidas por craques do estilo acabou gerando ótimas canções como “Ambtionz Az a Ridah”, How Do U Want It” e a fantástica versão remix de “California Love”, com a participação mais que especial de Dr. Dre. Se você quer saber o que é “gangsta rap”, esse é o cd a ser ouvido.








3º “Blueprint” - Jay-Z – 2001
Após iniciar sua carreira na segunda metade dos anos 90 e se solidificar como grande nome do rap norte-americano, Jay-Z atingiu o ápice musical e comercial com o álbum Blueprint. O quinto trabalho do chamado CEO do rap (devido as suas diversas incursões no mundo de negócios além da música) diminuiu o ritmo um pouco mais agressivo adotado nos CDs anteriores e primou mais por composições mais suingadas, utilizando os tradicionais samples, mas também abusando de instrumentos convencionais para dar um ar mais orgânico para as canções. Até mesmo as tradicionais participações de outros rappers ficaram um pouco de lado. O único famoso que dá uma “palhinha “ é Eminem, na faixa “Renegade”. Outros destaques são “Izzo (H. O. V. A.)”,  “Girls, Girls, Girls” e “Heart of the City (Ain’t No Love)”.








4º “2001” – Dr. Dre – 1999
Um dos integrantes do pioneiro e lendário grupo de “gangsta rap” N.W.A., Andre Young, ou Dr. Dre, como ficou conhecido mundialmente, é um dos ícones do gênero. Lançou seu primeiro trabalho solo em 1992 e somente depois de uma longa espera de sete anos reapareceu com o álbum “2001”. Atualmente Dre é muito incensado pelo seu trabalho de produtor e descobridor de estrelas atuais do rap como Eminem e 50 Cent. Mas em “2001” ele acertou em cheio como protagonista. Ao lado de seus eternos parceiros, Snoop Dogg e Nate Dogg, compôs faixas como “Still D.R.E.”, “Forgot About Dre” e o clássico “Next Episode”. Num momento em que os rappers estavam mais preocupados em ostentar mulheres e jóias, Dre tomou a frente e mostrou a toda a molecada como é que se faz rap de verdade.







5o “Ill Communication” - Beastie Boys – 1995
Eles eram três garotos judeus de Nova Iorque que faziam um punk hardcore bem sujo no início dos anos 80. No meio da década porém, deram uma reviravolta no próprio estilo e resolveram partir pro hip hop. Os três primeiros discos foram muito bem sucedidos, mas foi com “Ill Communication” que chegaram no topo. Faixas típicas de rap alternadas com faixas de hardcore de no máximo dois minutos se encaixaram muito bem. Tudo sob a produção competente do brasileiro radicado nos EUA Mario Caldato Jr. Impossível permanecer estático ao som de clássicos como “Sabotage”, “Sure Shot” e “Root Down. Definitivamente provaram que “white guys can rap”.








Plus – “It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back” - Public Enemy – 1988
Quando eu disse que este Top 5 seria especial é por conta deste álbum. Apesar de não ter sido citado pela galera que deu seu palpite para montar esta lista, seria uma heresia deixar de fora o grupo que fez do rap uma ferramenta poderosíssima de protesto e conscientização política. A porção musical do movimento hip hop era até então um instrumento essencialmente de diversão. Depois que apareceu o Public Enemy, tudo mudou. Posso dizer que é por causa deles que ouço rap. Deles e dos Racionais, que não por acaso, foram fortemente influenciados por este grupo de Nova Iorque. No álbum “It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back”, Chuck D, Flavor Flav e o DJ Terminator X foram os responsáveis por hinos do estilo como “Bring the Noise”, “Don’t Believe the Hype”, “Black Steel In the Hour of Chaos” e “Rebel Without a Pause”. Perfeito pra quem quer se iniciar no rap.



Não posso deixar de fazer uma menção honrosa para os álbuns “Doggystyle”, de Snoop Doggy Dogg (1993), “Raising Hell”, do Run DMC (1986) e os brazucas “MTV Ao Vivo”, do Planet Hemp (2001) e “Traficando Informação”, de MV Bill (2000).

2 comentários:

  1. Fala Fabiao!

    Porra show de bola seu post, tambem gosto muito do Sobrevivendo no Inferno dos Racionais. Minha preferida é a Racionais Cap 4 Ver 3. O disco do Jay Z so conheco pq voce me indicou no passado e realmente é do *&%^%$^%. Vou ouvir os outros 3 pra checar qual que é. Parabens pelo blog.

    Um abs!

    Shakkan

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  2. Dá até um frio na espinha só de lembrar daquele programa da Cultura.. não quero nem lembrar o nome... hahaha

    Karen

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