segunda-feira, 15 de outubro de 2012

NIN


Eu sei que meus posts, via de regra, são sobre bandas consideradas “veteranas”. Já recebi a dica de amigos meus pra que eu fique mais antenado em algumas novidades para então escrever sobre e dividir com possíveis leitores. Acredito que essa dica seja extremamente válida. Aliás, eu fico, sim, antenado nas novidades. Dos últimos cinco ou seis anos pra cá, a quantidade de artistas que eu conheci é bem grande. Estou me referindo a artistas antigos, que eu nunca tinha ouvido falar ou parado para escutar, ou de artistas que recém iniciaram suas carreiras.

Mas me desculpem aqueles que são ávidos pela próxima grande novidade que está prestes a explodir no cenário musical. Hoje, a caminho do trabalho, vim ouvindo Nine Inch Nails. Não resisti. Decidi compartilhar com vocês um texto que escrevi sobre esta banda há uns três anos, quando seu grande líder, cérebro e idealizador, Trent Reznor, anunciou uma pausa sem data para teminar. Vejam no que deu.


Nine Inch Nails, 1989-2009. O fim da banda de um homem só



Nascido em 1965 na cidade de Mercer, próxima de Cleveland, nos Estados Unidos, Trent Reznor começou a tocar piano aos cinco anos de idade e rapidamente decidiu que a música seria sua vida.  Mas ao contrário da maioria dos adolescentes, Reznor não tentou montar uma banda. Ele queria ser sua própria banda.

Apesar de ter chegado a tocar teclado na banda Exotic Birds em 1987, o jovem músico queria mesmo era ter a liberdade de trabalhar em suas próprias composições. Apenas dois anos mais tarde lançava o primeiro álbum do projeto que ele deu o nome de Nine Inch Nails. “Pretty Hate Machine” era uma coleção de demos totalmente produzidas por ele num estúdio onde trabalhava como zelador. 
 
A complexidade das músicas criadas por Trent Reznor era tamanha que ele não conseguiu achar uma banda que reproduzisse com um resultado fiel as gravações originais. Por isso acabou tocando todos os instrumentos, exceto a bateria, que ficava a cargo de batidas pré-programadas. Apenas a pós-produção do álbum teve o auxílio de um profissional de Londres. 





Para quem não conhece, o som do Nine Inch Nails é chamado de Rock Industrial. A marca registrada da banda é uma verdadeira parede sonora composta de uma pesada camada de guitarras, batidas marcantes e a presença de teclados para dar uma suavizada no resultado final.
Após o lançamento de “Pretty Hate Machine”, que contou com singles de destaque como “Down In It” e “Head Like a Hole”, além da poderosa “Terrible Lie”, o Nine Inch Nails começou a ser reconhecido pela crítica especializada e, depois de conseguir se estruturar como uma banda convencional, passou a excursionar mundo afora.
 
A partir daí Trent Reznor só solidificou sua carreira. Numa época em que o grunge era a bola da vez com seu som pra lá despojado e calcado no puro rock and roll, o NIN conquistou seu espaço no cenário do rock alternativo com seu estilo único. Cinco anos após o trabalho de estreia, mais precisamente em março de 1994, o aclamado “The Downward Spiral” viu a luz do dia. Com músicas do calibre de “March of the Pigs” e da talvez mais famosa do grupo, “Closer”, este é considerado o melhor disco produzido por Reznor e suas máquinas.




Na sequência do segundo álbum cheio (em 92 havia sido lançado o EP “Broken”) o que se viu foi um Trent Reznor sofrendo com o conhecido mal que grande parte dos rock stars sofre. O abuso de drogas quase colocou em xeque a carreira da cabeça pensante do NIN. Uma crise de criatividade fez com que demorasse mais cinco anos para um novo cd ser lançado.  Somente em 1999 veio o duplo “Fragile”. O trabalho até recebeu boas críticas, mas não atingiu o sucesso dos anteriores. 

Foi na virada do século que o vocalista resolveu acordar e sair do buraco que Kurt Cobain e Layne Staley não conseguiram sair. A volta triunfal do Nine Inch Nails se deu através do lançamento de “With Teeth”, em 2005. O Trent Reznor magrelo dos anos 90 deu lugar a um cara até meio “bombado”, nitidamente mais saudável.

O som ficou um pouco mais palatável, mas sem perder a pegada tradicional. “The Hand That Feeds” e a quase dançante “Only” foram as faixas de destaque e fizeram parte do repertório de toda a bem sucedida turnê realizada na época. Shows fantásticos foram feitos pelo mundo todo, inclusive aqui no Brasil, em 2005. A composição de luzes e música frenética fez dos concertos do NIN uma experiência inesquecível até mesmo em DVD. Assista ao vídeo “Beside You In Time” para entender do que estou falando.




Quando tudo parecia de volta aos eixos, mais uma vez Trent Reznor surpreendeu a todos. Depois de lançar mais três CDs de forma independente (após um rompimento nada amigável com a gravadora Interscope) - “Year Zero” em 2007, o instrumental “Ghosts I- IV” em fevereiro de 2008 e “The Slip” em abril de 2008 - o homem banda resolveu encerrar as atividades do Nine Inch Nails por tempo indeterminado.  Até mesmo os equipamentos da banda foram colocados à venda pela internet.

A desilusão com a situação atual da indústria musical, aliada a divergência com gravadoras e até com outros artistas fizeram com que Reznor jogasse tudo pro alto para iniciar novos projetos.

Vocalista, multi instrumentista, produtor e empreendedor, Trent Reznor foi responsável por uma das melhores expressões musicais já registradas.  É uma banda altamente recomendada para quem quer sair da mesmice, ouvir algo diferente e de grande qualidade. 

Achar os CDs não é fácil. Eu mesmo tive que fazer algumas loucuras financeiras pra completar minha coleção. Mas fiquem à vontade pra me pedir que eu grave algumas músicas só para vocês terem uma noção.  Garanto que será uma experiência que não vai passar despercebida.









3 comentários:

  1. Fabiao, show de bola: Eu adoro NiN e venho ouvindo o som desde um bom tempo. Alias Voce sabia que ele ainda fez a trilha sonora de um jogo chamado QUAKE, no PC? Trilha, diga-se de passagem, otima.

    Um grande abraco e parabens pelo BLOG

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  2. Grande Shakkan!! Então cara, não sabia desse lance, não! Eu tô ligado que ele é co-autor da trilha do filme Rede Social e que ganhou um Oscar por ela! Animal! Não sei se vc viu o filme, mas dá pra perceber a "cara" dele nas músicas. Muito massa!
    Mais um vez, valeu pela força!

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  3. Não conheço a banda mas confesso que depois de ler seu texto eu vou ouvir pq fiquei curiosa! Belo texto, parabéns! Barbara.

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