Tim Maia Racional. O “síndico” na sua fase mais
criativa
Hoje na
hora do almoço li uma nótícia sobre um dos maiores ícones da música
Brasileira: Tim Maia. A nota falava que uma revista americana apontava o cantor
como o pioneiro da black music no Brasil e que uma coletânea está prestes a ser
lançada por lá.
Foi por
isso que resolvi resgatar mais um texto meu das antigas para dar mais uma dica
musical a quem interessar possa. Um texto que comenta dois álbuns históricos da
Música Popular Brasileira: os espetaculares “Tim Maia Racional”, volumes 1 e 2.
Esses dois
trabalhos do saudoso Tim – que nos deixou em 1998 em decorrência do, digamos,
estilo de vida ousado do cantor - marcaram época apesar de serem renegados pelo
próprio Tim Maia até o fim de sua vida depois de ter se decepcionado com o
idealizador da “viagem”.
Lançados
respectivamente em 75 e 76, Racional Volume 1 e 2 são retratos de uma fase em
que o “síndico” (assim apelidado por Jorge Ben por realmente ter sido o
administrador de um prédio em que moravam) conheceu e passou a seguir uma
ideologia chamada “Cultura Racional”, liderada por um “guru” da ufologia
chamado Manuel Jacinto Coelho.
Praticamente
todas as letras dos dois álbuns são verdadeiros louvores a essa misteriosa
filosofia. Tim, por diversas vezes, tenta nos fazer acreditar que a solução
para nossas vidas estaria na leitura do misterioso livro “Universo em Desencanto”.
Mas o
grande mérito dessas duas obras está na parte musical. As canções são eminentemente influenciadas pelo funk e pela soul music
norte-americana que faziam sucesso na época sob a liderança do lendário James
Brown. O vocal de Tim Maia está mais limpo com relação aos seus outros trabalhos
porque, enquanto esteve envolvido com a Cultura Racional, o cantor se manteve
totalmente afastado das drogas.
No Volume 1
se destacam verdadeiras pérolas como “Imunização
Racional”, “Bom Senso” e “Rational Culture”. No Volume 2, vale a pena conferir
“Queira ou Não Queira”, “No Caminho do Bem” (que faz parte da trilha do filme
Cidade de Deus) e “Guiné Bissau, Moçambique e Angola”.
Pra quem
quiser dar uma sacada nesse riquíssimo material, além de poder baixar na web
(opção mais viável) é possível achar os dois cds, relançados em 2007, com nova
mixagem. Minha dica final é: não leve as letras muito a sério. Apenas deixe o
som rolar do começo ao fim, numa festinha com os amigos...ou como diria o
próprio Tim Maia, numa relax, numa tranquila, numa boa...
Concordo plenamente com vc...isso sim é MPB!!!
ResponderExcluirAbraços, meu amigo.
Guilherme Gonçalves