Isso mesmo. A sigla é OFWGKTA. Em
inglês significa “Odd Future Wolf Gang Kill Them All”. Em tradução literal para o
português seria algo como “futuro estranho gangue do lobo mate-os todos”. Para facilitar, a mídia prefeiriu chamar este
grupo de rap simplesmente de Odd Future.
Até aqui está tudo muito estranho de se entender, não? Confesso que pra mim
também ainda é um pouco confuso. Tomei conhecimento do Odd Future através de um
colega do trabalho que, como eu, procura estar sempre antenado nas novidades
musicais que constantemente aparecem pelo mundo afora.
Foi fuçando na internet que ele ouviu falar deste que na verdade é um
“coletivo”. Termo comum no meio do hip hop, coletivo vem a ser uma turma de
amigos, não necessariamente todos rappers, que se unem pra fazer um som, sair
juntos, etc. O Odd Future é uma galera de garotos com idades que variam entre
17 e 25 anos, vindos do subúrbio de Los Angeles, liderada pelo rapper e maluco
de carteirinha Tyler, The Creator. Eles estão em atividade apenas desde de
2007. De lá pra cá seus principais membros, de forma individual ou formando
grupos dentro do próprio coletivo, gravaram várias faixas que foram lançadas
exclusivamente online. O próprio Tyler, além de Hodgy Beats, Earl Sweatshirt,
Mike G e Frank Ocean, são alguns dos que já registraram suas composições.
Este esquema essencialmente alternativo do Odd Futrure só foi “quebrado”
com o lançamento físico do álbum de Tyler, The Creator, intitulado “Goblin”, em
maio do ano passado. Eu tive a oportunidade de comprar esse cd na época e
confesso que fiquei “de cara”. Já
havia ouvido algumas ótimas músicas que entrariam nesse trabalho como “Yonkers”
e “Sandwitches”. Mas depois de ter o álbum nas mãos, descobri outras excelentes
faixas como “Radicals”, “Her” e “Nightmare”.
O estilo do Odd Future é chocante. As bases, em grande parte compostas
pela DJ Syd The Kyd, são bem diferentes do que costumamos ver. Até tem aquela
batida característica do rap que podemos acompanhar balançando a cabeça e tal.
Mas, ao mesmo tempo, tem uns efeitos diferentes que dão um ar meio sombrio para
cada canção. As letras...nossa...são pra
lá de agressivas. Muita ousadia, muito palavrão. Exatamente por isso eles tem
gerado cada vez mais polêmica.
Mas talvez o grande trunfo do Odd Future esteja nas apresentações ao
vivo. Moleques que são, sobem no palco com uma energia absurda. Ao ver alguns
vídeos, a impressão que se tem é que se trata de um show de rock pesado. A
galera pula sem parar e os integrantes do grupo abusam dos chamados “stage
dive” que, pra quem não sabe, é quando alguém, no ápice da empolgação, se joga
do palco em direção a plateia. Por onde passa, o OFWGKTA tem causado um
verdadeiro pandemônio. Até treta com uma pessoa do público, certa vez, num show
em Detroit, eles arrumaram, encerrando a apresentação de forma prematura. Só
pra citar um exemplo.
Toda essa exposição, por bons ou maus motivos, fez com que o grupo
ganhasse uma enorme base de fãs, principalmente nos Estados Unidos e na
Inglaterra. Produtos licenciados ligados ao grupo como
camisetas, moletons e bonés tem sido cada vez mais consumidos pela garotada. Uma iniciativa muito inteligente
por parte do marketing do OF para capitalizar em cima desses fãs foi abrir
“pop-up stores” em algumas cidades americanas e em Londres. Eu explico. O termo “Pop-up store” é algo
como “uma loja temporária”. Um espaço é alugado por um dia e os produtos são expostos e vendidos até o final de um dia. Objetivo facilmente
alcançado por artistas do nível que o Odd Futute se encontra hoje.
No que diz respeito a parte artística, nos últimos meses, grupos menos
famosos do coletivo como Mellow Hype, The Internet e The Jet Age of Tomorrow lançaram
novos álbuns, aproveitando o hype em cima dos caras. O trabalho mais aguardado
no entanto, foi o primeiro lançado fisicamente sob o nome do Odd Future.
Intitulado “The OF Tape Vol. 2”, o álbum chegou às lojas em março deste ano
cercado de muita expectativa.
Num todo, o cd é bom, mas não causou o mesmo impacto de “Goblin”, o cd
solo de Tyler, citado anteriormente neste texto. Talvez pelo fato de conter
algumas faixas que parecem não se encaixar com o restante do álbum ou por
apresentar bases menos pesadas, como os fãs já estão acostumados a ver.
No fim das contas, acredito que a maior pedida seja realmente
testemunhar um show dos moleques. Aliás, poucas pessoas por aqui já tiveram
esse privilégio, já que o Odd Future se apresentou num palco alternativo do
festival SWU, em Paulínia, em outubro do ano passado. A performance foi meio
conturbada porque a DJ Syd não pode comparecer e Tyler, teve que mostrar
habilidades extras para disparar as bases das músicas no notebook. Sim! Hoje em
dia um bom computador portátil substitui ou acompanha as antigas pick ups
utilizadas pelos primeiros DJs.
Por fim, a primeira visita do Odd Future ao Brasil passou quase
despercebida. O mesmo brother que me apresentou ao grupo esperava que eles
pudessem voltar com maior destaque no Lollapalooza do ano que vem.
Infelizmente, o line up do festival parece já estar fechado e eles não estão
escalados. Uma pena.
E aí? Ficaram curiosos? Fiquem à vontade para caçar notícias do grupo na
internet e claro, ouvir as centenas de músicas já lançadas pelos caras online
ou fisicamente. De minha parte, fico bem satisfeito por saber que o hip hop
segue vivo e bem com mais essa novidade que ajuda a manter o pique do estilo.
Quanto ao próprio Odd Future...bem...só o nome do grupo já nos deixa intrigado
sobre o que os reserva daqui pra frente. É esperar pra ver.
Cara!!! Muito bom seu blog...mandou bem!!!
ResponderExcluirDeu até saudade dos nossos papos...abração!!
Guilherme Gonçalves
Fala Fabião!! Não conhecia essa galera, muito bom!!
ResponderExcluirabraço!
David Sachs