segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Halloween


Misfits: “rock and horror” da melhor qualidade



Nesta semana de halloween, tradicional feriado americano, este post poderia ser sobre várias bandas que têm a ver com o tema. Desde Kiss, passando por Alice Cooper, Marilyn Manson ou Slipknot. Mas eu preferi falar de um grupo praticamente desconhecido pelo grande público, mas que ostenta uma significativa e leal base de fãs. Estou me referindo ao The Misfits.

Esta banda original da cidade de Lodi, New Jersey, nos Estados Unidos, foi criada pelo vocalista Glenn Danzig em 1977. Basicamente, o estilo musical do Misfits é o punk rock. Um som básico de três ou quatro acordes, tocados de maneira muito intensa. Entretanto, um ingrediente especial diferencia o Misfits das demais bandas do gênero: o terror.

Normalmente, os integrantes das bandas pioneiras de punk rock se caracterizavam por suas roupas rasgadas, cabelos espetados, quase sempre magrelinhos e tal. O polêmico e já falecido baixista dos Sex Pistols, Sid Vicious, era o exemplo ideal do estilo. Já o Misfits resolveu adotar uma postura bem diferente. Seus integrantes originais, além do vocalista Danzig, Jerry Only (baixo), Doyle (guitarra) e Manny Martinez (bateria) causaram um certo choque na comunidade punk quando apareceram musculosos, maquiagem de caveira no rosto, e um indefectível topete descendo pelo meio da testa. Figuraças!



A temática das letras também foi uma novidade. Nada das usuais críticas à sociedade, política, etc. Todas as músicas da banda falavam de monstros, fantasmas, morte e assim por diante. Vez ou outra eles até faziam letras românticas, mas sempre davam um jeito de colocar terror no meio da história. É o caso de “Skulls”, onde Danzig canta com muito "sentimento" o refrão: “I want your skull...I need your skull”. Bonito, né? Por conta de todas essas características, o Misfits pode ser considerado o pioneiro do chamado “horror punk”.

Curiosamente, enquanto a formação original se manteve sólida, o grupo permaneceu quase que totalmente no underground e gravou apenas dois álbuns. “Walk Among Us”, de 1982 e “Earth A.D. / Wolfs Blood”, de 1983, além do álbum ao vivo “Evillive”, também lançado em 83. Logo a seguir, Danzig deixou a banda para seguir carreira solo.

A partir daí o Misfits entrou num longo período de inatividade, mas continuou sendo cultuado por bandas famosas que se diziam influenciadas pelo som feito pelos caras. Talvez a grande banda de heavy metalMetallica, tenha sido seu maior divulgador ao gravar as músicas “Green Hell” e“Last Caress” (que se tornou um verdadeiro clássico na mão dos Four Horsemen) durante os anos 80 e, mais recentemente, “Die, Die, My Darling”.



Impulsionados pela fama obtida através de seus admiradores, o retorno do Misfits acabou ocorrendo em 1997 com o lançamento do ótimo álbum “American Psycho”. Michale Graves assumiu os vocais e Dr. Chud ocupou o posto de baterista. A faixa título e “Dig Up Her Bones” foram os grandes destaques deste trabalho.

Começava então uma série de mudanças na formação do grupo. Outros álbuns foram lançados durante os anos 2000, mas nenhum obteve grande destaque. Aquele que talvez tenha chegado mais perto disso foi “Project 1950”. Um cd no qual foram regravados grandes sucessos do rock daquela década.

Atualmente, contando apenas com o baixista Jerry Only da formação original, o Misfits ainda faz alguns shows pelo mundo afora. Em 2008 foi a vez do Brasil. Eu estive por lá e testemunhei a galera indo a loucura ao som de clássicos como “Hybrid Moments”,  “Astro Zombies”,  “I Turned Into a Martian”, entre vários outros.



O trabalho mais recente do grupo foi lançado no ano passado. Intitulado “The Devil’s Rain”, foi o primeiro álbum apenas de músicas inéditas gravado pela formação atual. Apesar de ser um bom disco, com a marca Misfits presente do início ao fim, a repercussão não foi das mais empolgantes. A maioria das críticas recebidas foi de regular para boas. Talvez porque a magia do passado já não exista mais. Mas de qualquer forma, vale a pena revisitar o vasto e excelente catálogo dos caras.

E aí? Se interessou? Achar os CDs da banda é uma tarefa árdua, mas os vídeos podem ser achados facilmente na internet. Aliás, seria a melhor maneira de conhecer essa ótima e estranha banda, que tem tudo a ver com Halloween. Altamente recomendável!

  

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

FRANZ FERDINAND


 
Franz Ferdinand: rock pra dançar!

 

 

Sinceramente. Você seria capaz de imaginar um grupo de quatro escoceses, todos com caras de bons moços fazendo um som extremamente vibrante? Daquele tipo que, ao se ouvir, se torna inevitável pelo menos balançar a cabeça de leve acompanhando o ritmo? Pois é. Nem eu.

Mas é diretamente de Glasgow que veio a banda Franz Ferdinand. Formado em 2002 por integrantes que acumulavam experiência tocando em várias bandas underground durante os anos 90, o grupo lançou seu primeiro álbum em 2004. O auto-intitulado “Franz Ferdinand”, lançado pela gravadora independente Domino Records, estourou rapidamente nas paradas em função do single “Take me Out”, que tocou à exaustão nas rádios FM. Mas essa não era a única boa música do cd.  Alex Kapranos (guitarra e vocal), Nick McCarthy (guitarra, teclados e vocal de apoio), Bob Hardy (baixo) e Paul Thomson (bateria) conseguiram reunir 11 canções ideais para animar uma balada, uma festa de aniversário ou qualquer necessidade que alguém possa ter de se divertir ouvindo música. Além da supra citada, as ótimas faixas “Tell Her Tonight”, “The Dark of the Matinée” e “This Fire” também serviram pra mostrar a cara da banda. 

O som do Franz Ferdinand é composto por uma base de guitarras frenéticas, muito bem acompanhadas de baixo e bateria que dão o toque dançante que estou me referindo. As claras influências são de bandas dos anos 80 como Joy Division e Talking Heads e disco music do final dos 70.

Vale lembrar que nessa época os escoceses (um pouco na esteira dos americanos do The Strokes, verdade seja dita) contribuíram fortemente para solidificar ainda mais a cena indie britânica. Ao lado de bandas como o The Libertines, pavimentaram o caminho para outros representantes do gênero que estavam prestes a lançar seus primeiros trabalhos como o Arctic Monkeys e o Bloc Party.




Em 2005, aproveitando o fogo aceso pelo debut do ano anterior, mas sem perder qualidade, o Franz Ferdinand soltou na praça seu segundo álbum que recebeu o título “You Could Have It So Much Better”.  E tome singles explosivos! “Do You Want To” e “I’m Your Vilain” voltaram a agradar público e crítica. A essa altura, as performances ao vivo do grupo já eram bem conhecidas pela grande energia que rolava tanto no palco quanto na plateia.

Por três vezes eu tive a chance de ver os caras ao vivo. Mas infelizmente não aproveitei nenhuma delas. Em 2009 rolou um show praticamente privado numa boate em São Paulo, onde apenas 500 ingressos foram colocados à venda e por um preço bem salgado. Mesmo assim, em 15 minutos (!!!) já estava tudo esgotado. Pelas imagens que vi na tv, a apresentação foi insana! Os próprios membros da banda chegaram a afirmar em uma entrevista que aquele havia sido o melhor show que haviam feito até então. 

A segunda chance desperdiçada foi em 2010. No mês de março daquele ano os escoceses voltaram para tocar por aqui pela terceira vez (a primeira havia sido em 2005) como parte da turnê de promoção do terceiro álbum lançado no início de 2009. “Tonight: Franz Ferdinand”. Mas como na época eu já havia gasto toda minha verba destinada a shows, o que me restou foi comprar um DVD duplo chamado “Franz Ferdinand”, que se vocês fuçarem na internet poderão achar por um preço camarada. São mais de três horas de performances ao vivo que dão uma boa noção do que vem a ser a banda ao vivo. Devo confessar que não resisti e até dei uma dançadinha na sala. 




A última apresentação dos caras por aqui foi em abril deste ano. E de graça! O show fez parte do 16º Cultura Inglesa Festival, realizado no Parque da Independência, em São Paulo. Tirando o tumulto ocorrido do lado de fora do evento em função de um enorme número de pessoas que queriam aproveitar essa “boquinha” à força, foi mais uma performance daquelas dos escoceses.

Este show foi um dos primeiros que o Franz Ferdinand fez após praticamente dois anos longe dos palcos para merecido descanso de seus integrantes. O grupo ainda tocou em vários festivais de verão, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. Nestes shows, o grupo apresentou algumas novas canções que possivelmente farão parte do novo álbum, ainda sem data definida para lançamento. O que já se sabe é que eles estão confirmados no line up do segundo dia do festival Lollapalooza Brasil 2013, dia 30 de março, em São Paulo. Seria ótimo vê-los tocando por aqui no início da turnê do novo CD, hein?

Bom, meus caros. Se é que ainda é preciso dizer, vale à pena comprar qualquer um dos três CDs já lançados pelo Franz Ferdinand. Fica difícil indicar qual deles é o melhor. O que posso afirmar é que o mais recente deles é um pouco mais “disco” que os dois primeiros. Faixas como “Ulysses”, “No You Girls” e, principalmente, “Can’t Stop Feeling” são perfeitas pra quem é mais chegado a uma pista de dança. Faça sua escolha e, se você estiver no Jockey Club em março do ano que vem, prepare-se para um som que põe pra mexer o esqueleto até do ser mais “cintura dura” que você possa conhecer. 


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Chama o síndico!!


Tim Maia Racional. O “síndico” na sua fase mais criativa




Hoje na hora do almoço li uma nótícia sobre um dos maiores ícones da música Brasileira: Tim Maia. A nota falava que uma revista americana apontava o cantor como o pioneiro da black music no Brasil e que uma coletânea está prestes a ser lançada por lá.
Foi por isso que resolvi resgatar mais um texto meu das antigas para dar mais uma dica musical a quem interessar possa. Um texto que comenta dois álbuns históricos da Música Popular Brasileira: os espetaculares “Tim Maia Racional”, volumes 1 e 2.

Esses dois trabalhos do saudoso Tim – que nos deixou em 1998 em decorrência do, digamos, estilo de vida ousado do cantor - marcaram época apesar de serem renegados pelo próprio Tim Maia até o fim de sua vida depois de ter se decepcionado com o idealizador da “viagem”.

Lançados respectivamente em 75 e 76, Racional Volume 1 e 2 são retratos de uma fase em que o “síndico” (assim apelidado por Jorge Ben por realmente ter sido o administrador de um prédio em que moravam) conheceu e passou a seguir uma ideologia chamada “Cultura Racional”, liderada por um “guru” da ufologia chamado Manuel Jacinto Coelho.




Praticamente todas as letras dos dois álbuns são verdadeiros louvores a essa misteriosa filosofia. Tim, por diversas vezes, tenta nos fazer acreditar que a solução para nossas vidas estaria na leitura do misterioso livro “Universo em Desencanto”.

Mas o grande mérito dessas duas obras está na parte musical. As canções são eminentemente influenciadas pelo funk e pela soul music norte-americana que faziam sucesso na época sob a liderança do lendário James Brown. O vocal de Tim Maia está mais limpo com relação aos seus outros trabalhos porque, enquanto esteve envolvido com a Cultura Racional, o cantor se manteve totalmente afastado das drogas.

No Volume 1 se destacam verdadeiras pérolas como “Imunização Racional”, “Bom Senso” e “Rational Culture”. No Volume 2, vale a pena conferir “Queira ou Não Queira”, “No Caminho do Bem” (que faz parte da trilha do filme Cidade de Deus) e “Guiné Bissau, Moçambique e Angola”.  




Pra quem quiser dar uma sacada nesse riquíssimo material, além de poder baixar na web (opção mais viável) é possível achar os dois cds, relançados em 2007, com nova mixagem. Minha dica final é: não leve as letras muito a sério. Apenas deixe o som rolar do começo ao fim, numa festinha com os amigos...ou como diria o próprio Tim Maia, numa relax, numa tranquila, numa boa...




quinta-feira, 18 de outubro de 2012

TOP 5



 Os cinco melhores álbuns de Rap


O rap é um gênero musical considerado “jovem”. Surgido no início dos anos 80, o estilo passou por várias fases e em várias oportunidades gerou polêmica. Talvez por isso pode ser considerado um tipo de som que sofre muito preconceito por parte daqueles que não o conhecem a fundo.
Esta seleção foi extremamente difícil de ser feita. Colhi a opinião de colegas fãs de rap para montar a lista final, mas mesmo assim fiquei numa dúvida atroz. Algumas obras primas inevitavelmente foram deixadas de fora. Tamanha foi a indecisão que este Top 5 acabou se tornando um Top 5 “plus”. Vocês verão o porque. Espero que gostem.








1º “Sobrevivendo no Inferno” - Racionais MCs – 1997
Considerado um divisor de águas na história do rap nacional o segundo álbum dos Racionais MCs foi responsável por uma verdadeira revolução social. Fez com que os olhos de público e mídia se voltassem para o rap com mais atenção. Depois de “Sobrevivendo no Inferno”, um estilo musical que atraía essencialmente as camadas menos privilegiadas da sociedade passou a agradar até mesmo os “playboys”, duramente criticados nas letras de Mano Brown e Edy Rock. A qualidade das bases criadas pelo DJ KL Jay se encaixaram perfeitamente com as linhas vocais, fazendo desse trabalho uma obra de arte definitiva. Difícil citar apenas duas ou três faixas, mas recomendo “Capítulo 4, Versículo 3”, “A Fórmula Mágica da Paz” e Diário de um Detento”.








2º “All Eyez On Me” – Tupac Shakur – 1996
Lançado apenas alguns meses antes do rapper ser assassinado em Las Vegas, “All Eyez On Me” foi o quarto álbum da curta, porém brilhante carreira de Tupac. No seu auge como artista, compondo diversas músicas como se soubesse que precisava registrar tudo que tinha em mente, este trabalho acabou se tornando um cd duplo. Mesmo extenso, não perde a energia em momento algum. O vocal característico de Tupac em cima de bases produzidas por craques do estilo acabou gerando ótimas canções como “Ambtionz Az a Ridah”, How Do U Want It” e a fantástica versão remix de “California Love”, com a participação mais que especial de Dr. Dre. Se você quer saber o que é “gangsta rap”, esse é o cd a ser ouvido.








3º “Blueprint” - Jay-Z – 2001
Após iniciar sua carreira na segunda metade dos anos 90 e se solidificar como grande nome do rap norte-americano, Jay-Z atingiu o ápice musical e comercial com o álbum Blueprint. O quinto trabalho do chamado CEO do rap (devido as suas diversas incursões no mundo de negócios além da música) diminuiu o ritmo um pouco mais agressivo adotado nos CDs anteriores e primou mais por composições mais suingadas, utilizando os tradicionais samples, mas também abusando de instrumentos convencionais para dar um ar mais orgânico para as canções. Até mesmo as tradicionais participações de outros rappers ficaram um pouco de lado. O único famoso que dá uma “palhinha “ é Eminem, na faixa “Renegade”. Outros destaques são “Izzo (H. O. V. A.)”,  “Girls, Girls, Girls” e “Heart of the City (Ain’t No Love)”.








4º “2001” – Dr. Dre – 1999
Um dos integrantes do pioneiro e lendário grupo de “gangsta rap” N.W.A., Andre Young, ou Dr. Dre, como ficou conhecido mundialmente, é um dos ícones do gênero. Lançou seu primeiro trabalho solo em 1992 e somente depois de uma longa espera de sete anos reapareceu com o álbum “2001”. Atualmente Dre é muito incensado pelo seu trabalho de produtor e descobridor de estrelas atuais do rap como Eminem e 50 Cent. Mas em “2001” ele acertou em cheio como protagonista. Ao lado de seus eternos parceiros, Snoop Dogg e Nate Dogg, compôs faixas como “Still D.R.E.”, “Forgot About Dre” e o clássico “Next Episode”. Num momento em que os rappers estavam mais preocupados em ostentar mulheres e jóias, Dre tomou a frente e mostrou a toda a molecada como é que se faz rap de verdade.







5o “Ill Communication” - Beastie Boys – 1995
Eles eram três garotos judeus de Nova Iorque que faziam um punk hardcore bem sujo no início dos anos 80. No meio da década porém, deram uma reviravolta no próprio estilo e resolveram partir pro hip hop. Os três primeiros discos foram muito bem sucedidos, mas foi com “Ill Communication” que chegaram no topo. Faixas típicas de rap alternadas com faixas de hardcore de no máximo dois minutos se encaixaram muito bem. Tudo sob a produção competente do brasileiro radicado nos EUA Mario Caldato Jr. Impossível permanecer estático ao som de clássicos como “Sabotage”, “Sure Shot” e “Root Down. Definitivamente provaram que “white guys can rap”.








Plus – “It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back” - Public Enemy – 1988
Quando eu disse que este Top 5 seria especial é por conta deste álbum. Apesar de não ter sido citado pela galera que deu seu palpite para montar esta lista, seria uma heresia deixar de fora o grupo que fez do rap uma ferramenta poderosíssima de protesto e conscientização política. A porção musical do movimento hip hop era até então um instrumento essencialmente de diversão. Depois que apareceu o Public Enemy, tudo mudou. Posso dizer que é por causa deles que ouço rap. Deles e dos Racionais, que não por acaso, foram fortemente influenciados por este grupo de Nova Iorque. No álbum “It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back”, Chuck D, Flavor Flav e o DJ Terminator X foram os responsáveis por hinos do estilo como “Bring the Noise”, “Don’t Believe the Hype”, “Black Steel In the Hour of Chaos” e “Rebel Without a Pause”. Perfeito pra quem quer se iniciar no rap.



Não posso deixar de fazer uma menção honrosa para os álbuns “Doggystyle”, de Snoop Doggy Dogg (1993), “Raising Hell”, do Run DMC (1986) e os brazucas “MTV Ao Vivo”, do Planet Hemp (2001) e “Traficando Informação”, de MV Bill (2000).

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

NIN


Eu sei que meus posts, via de regra, são sobre bandas consideradas “veteranas”. Já recebi a dica de amigos meus pra que eu fique mais antenado em algumas novidades para então escrever sobre e dividir com possíveis leitores. Acredito que essa dica seja extremamente válida. Aliás, eu fico, sim, antenado nas novidades. Dos últimos cinco ou seis anos pra cá, a quantidade de artistas que eu conheci é bem grande. Estou me referindo a artistas antigos, que eu nunca tinha ouvido falar ou parado para escutar, ou de artistas que recém iniciaram suas carreiras.

Mas me desculpem aqueles que são ávidos pela próxima grande novidade que está prestes a explodir no cenário musical. Hoje, a caminho do trabalho, vim ouvindo Nine Inch Nails. Não resisti. Decidi compartilhar com vocês um texto que escrevi sobre esta banda há uns três anos, quando seu grande líder, cérebro e idealizador, Trent Reznor, anunciou uma pausa sem data para teminar. Vejam no que deu.


Nine Inch Nails, 1989-2009. O fim da banda de um homem só



Nascido em 1965 na cidade de Mercer, próxima de Cleveland, nos Estados Unidos, Trent Reznor começou a tocar piano aos cinco anos de idade e rapidamente decidiu que a música seria sua vida.  Mas ao contrário da maioria dos adolescentes, Reznor não tentou montar uma banda. Ele queria ser sua própria banda.

Apesar de ter chegado a tocar teclado na banda Exotic Birds em 1987, o jovem músico queria mesmo era ter a liberdade de trabalhar em suas próprias composições. Apenas dois anos mais tarde lançava o primeiro álbum do projeto que ele deu o nome de Nine Inch Nails. “Pretty Hate Machine” era uma coleção de demos totalmente produzidas por ele num estúdio onde trabalhava como zelador. 
 
A complexidade das músicas criadas por Trent Reznor era tamanha que ele não conseguiu achar uma banda que reproduzisse com um resultado fiel as gravações originais. Por isso acabou tocando todos os instrumentos, exceto a bateria, que ficava a cargo de batidas pré-programadas. Apenas a pós-produção do álbum teve o auxílio de um profissional de Londres. 





Para quem não conhece, o som do Nine Inch Nails é chamado de Rock Industrial. A marca registrada da banda é uma verdadeira parede sonora composta de uma pesada camada de guitarras, batidas marcantes e a presença de teclados para dar uma suavizada no resultado final.
Após o lançamento de “Pretty Hate Machine”, que contou com singles de destaque como “Down In It” e “Head Like a Hole”, além da poderosa “Terrible Lie”, o Nine Inch Nails começou a ser reconhecido pela crítica especializada e, depois de conseguir se estruturar como uma banda convencional, passou a excursionar mundo afora.
 
A partir daí Trent Reznor só solidificou sua carreira. Numa época em que o grunge era a bola da vez com seu som pra lá despojado e calcado no puro rock and roll, o NIN conquistou seu espaço no cenário do rock alternativo com seu estilo único. Cinco anos após o trabalho de estreia, mais precisamente em março de 1994, o aclamado “The Downward Spiral” viu a luz do dia. Com músicas do calibre de “March of the Pigs” e da talvez mais famosa do grupo, “Closer”, este é considerado o melhor disco produzido por Reznor e suas máquinas.




Na sequência do segundo álbum cheio (em 92 havia sido lançado o EP “Broken”) o que se viu foi um Trent Reznor sofrendo com o conhecido mal que grande parte dos rock stars sofre. O abuso de drogas quase colocou em xeque a carreira da cabeça pensante do NIN. Uma crise de criatividade fez com que demorasse mais cinco anos para um novo cd ser lançado.  Somente em 1999 veio o duplo “Fragile”. O trabalho até recebeu boas críticas, mas não atingiu o sucesso dos anteriores. 

Foi na virada do século que o vocalista resolveu acordar e sair do buraco que Kurt Cobain e Layne Staley não conseguiram sair. A volta triunfal do Nine Inch Nails se deu através do lançamento de “With Teeth”, em 2005. O Trent Reznor magrelo dos anos 90 deu lugar a um cara até meio “bombado”, nitidamente mais saudável.

O som ficou um pouco mais palatável, mas sem perder a pegada tradicional. “The Hand That Feeds” e a quase dançante “Only” foram as faixas de destaque e fizeram parte do repertório de toda a bem sucedida turnê realizada na época. Shows fantásticos foram feitos pelo mundo todo, inclusive aqui no Brasil, em 2005. A composição de luzes e música frenética fez dos concertos do NIN uma experiência inesquecível até mesmo em DVD. Assista ao vídeo “Beside You In Time” para entender do que estou falando.




Quando tudo parecia de volta aos eixos, mais uma vez Trent Reznor surpreendeu a todos. Depois de lançar mais três CDs de forma independente (após um rompimento nada amigável com a gravadora Interscope) - “Year Zero” em 2007, o instrumental “Ghosts I- IV” em fevereiro de 2008 e “The Slip” em abril de 2008 - o homem banda resolveu encerrar as atividades do Nine Inch Nails por tempo indeterminado.  Até mesmo os equipamentos da banda foram colocados à venda pela internet.

A desilusão com a situação atual da indústria musical, aliada a divergência com gravadoras e até com outros artistas fizeram com que Reznor jogasse tudo pro alto para iniciar novos projetos.

Vocalista, multi instrumentista, produtor e empreendedor, Trent Reznor foi responsável por uma das melhores expressões musicais já registradas.  É uma banda altamente recomendada para quem quer sair da mesmice, ouvir algo diferente e de grande qualidade. 

Achar os CDs não é fácil. Eu mesmo tive que fazer algumas loucuras financeiras pra completar minha coleção. Mas fiquem à vontade pra me pedir que eu grave algumas músicas só para vocês terem uma noção.  Garanto que será uma experiência que não vai passar despercebida.









terça-feira, 9 de outubro de 2012

It's the Wolf Gang!!!

OFWGKTA: A sigla que está abalando o rap



Isso mesmo. A sigla é OFWGKTA. Em inglês significa “Odd Future Wolf Gang Kill Them All”. Em tradução literal para o português seria algo como “futuro estranho gangue do lobo mate-os todos”.  Para facilitar, a mídia prefeiriu chamar este grupo de rap simplesmente de Odd Future. 

Até aqui está tudo muito estranho de se entender, não? Confesso que pra mim também ainda é um pouco confuso. Tomei conhecimento do Odd Future através de um colega do trabalho que, como eu, procura estar sempre antenado nas novidades musicais que constantemente aparecem pelo mundo afora.

Foi fuçando na internet que ele ouviu falar deste que na verdade é um “coletivo”. Termo comum no meio do hip hop, coletivo vem a ser uma turma de amigos, não necessariamente todos rappers, que se unem pra fazer um som, sair juntos, etc. O Odd Future é uma galera de garotos com idades que variam entre 17 e 25 anos, vindos do subúrbio de Los Angeles, liderada pelo rapper e maluco de carteirinha Tyler, The Creator. Eles estão em atividade apenas desde de 2007. De lá pra cá seus principais membros, de forma individual ou formando grupos dentro do próprio coletivo, gravaram várias faixas que foram lançadas exclusivamente online. O próprio Tyler, além de Hodgy Beats, Earl Sweatshirt, Mike G e Frank Ocean, são alguns dos que já registraram suas composições.






Este esquema essencialmente alternativo do Odd Futrure só foi “quebrado” com o lançamento físico do álbum de Tyler, The Creator, intitulado “Goblin”, em maio do ano passado. Eu tive a oportunidade de comprar esse cd na época e confesso que fiquei  “de cara”. Já havia ouvido algumas ótimas músicas que entrariam nesse trabalho como “Yonkers” e “Sandwitches”. Mas depois de ter o álbum nas mãos, descobri outras excelentes faixas como “Radicals”, “Her” e “Nightmare”.

O estilo do Odd Future é chocante. As bases, em grande parte compostas pela DJ Syd The Kyd, são bem diferentes do que costumamos ver. Até tem aquela batida característica do rap que podemos acompanhar balançando a cabeça e tal. Mas, ao mesmo tempo, tem uns efeitos diferentes que dão um ar meio sombrio para cada canção.  As letras...nossa...são pra lá de agressivas. Muita ousadia, muito palavrão. Exatamente por isso eles tem gerado cada vez mais polêmica.

Mas talvez o grande trunfo do Odd Future esteja nas apresentações ao vivo. Moleques que são, sobem no palco com uma energia absurda. Ao ver alguns vídeos, a impressão que se tem é que se trata de um show de rock pesado. A galera pula sem parar e os integrantes do grupo abusam dos chamados “stage dive” que, pra quem não sabe, é quando alguém, no ápice da empolgação, se joga do palco em direção a plateia. Por onde passa, o OFWGKTA tem causado um verdadeiro pandemônio. Até treta com uma pessoa do público, certa vez, num show em Detroit, eles arrumaram, encerrando a apresentação de forma prematura. Só pra citar um exemplo.




Toda essa exposição, por bons ou maus motivos, fez com que o grupo ganhasse uma enorme base de fãs, principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra. Produtos licenciados ligados ao grupo como camisetas, moletons e bonés tem sido cada vez mais consumidos pela garotada. Uma iniciativa muito inteligente por parte do marketing do OF para capitalizar em cima desses fãs foi abrir “pop-up stores” em algumas cidades americanas e em Londres. Eu explico. O termo “Pop-up store” é algo como “uma loja temporária”. Um espaço é alugado por um dia e os produtos são expostos e vendidos até o final de um dia. Objetivo facilmente alcançado por artistas do nível que o Odd Futute se encontra hoje.

No que diz respeito a parte artística, nos últimos meses, grupos menos famosos do coletivo como Mellow Hype, The Internet e The Jet Age of Tomorrow lançaram novos álbuns, aproveitando o hype em cima dos caras. O trabalho mais aguardado no entanto, foi o primeiro lançado fisicamente sob o nome do Odd Future. Intitulado “The OF Tape Vol. 2”, o álbum chegou às lojas em março deste ano cercado de muita expectativa.




Num todo, o cd é bom, mas não causou o mesmo impacto de “Goblin”, o cd solo de Tyler, citado anteriormente neste texto. Talvez pelo fato de conter algumas faixas que parecem não se encaixar com o restante do álbum ou por apresentar bases menos pesadas, como os fãs já estão acostumados a ver. 

No fim das contas, acredito que a maior pedida seja realmente testemunhar um show dos moleques. Aliás, poucas pessoas por aqui já tiveram esse privilégio, já que o Odd Future se apresentou num palco alternativo do festival SWU, em Paulínia, em outubro do ano passado. A performance foi meio conturbada porque a DJ Syd não pode comparecer e Tyler, teve que mostrar habilidades extras para disparar as bases das músicas no notebook. Sim! Hoje em dia um bom computador portátil substitui ou acompanha as antigas pick ups utilizadas pelos primeiros DJs.

Por fim, a primeira visita do Odd Future ao Brasil passou quase despercebida. O mesmo brother que me apresentou ao grupo esperava que eles pudessem voltar com maior destaque no Lollapalooza do ano que vem. Infelizmente, o line up do festival parece já estar fechado e eles não estão escalados. Uma pena.




E aí? Ficaram curiosos? Fiquem à vontade para caçar notícias do grupo na internet e claro, ouvir as centenas de músicas já lançadas pelos caras online ou fisicamente. De minha parte, fico bem satisfeito por saber que o hip hop segue vivo e bem com mais essa novidade que ajuda a manter o pique do estilo. Quanto ao próprio Odd Future...bem...só o nome do grupo já nos deixa intrigado sobre o que os reserva daqui pra frente. É esperar pra ver.   




sexta-feira, 5 de outubro de 2012

TOP 5

Estreia hoje a sessão TOP 5


A partir de hoje começa no "Essa é Minha Cara" a sessão Top 5. Em cada post vou mostrar os cinco melhores discos de alguns gêneros musicais ou de artistas específicos. Para estreiar, elegi, com a ajuda de alguns amigos, os cinco maiores discos da história do heavy metal. Estilo obscuro e causador de repulsa em grande parte das pessoas devido às características muito intensas de suas músicas.

Vale lembrar novamente que foram apenas fãs que participaram da votação. Não temos a pretensão de ser especialistas do gênero e grandes formadores de opinião. Encare essa singela lista como uma dica para quem de repente queira conhecer melhor o mais extremo de todos os estilos de música.





1º “Master of Puppets” – Metallica – 1986
Quarto disco da carreira daquela que é considerada por muitos a maior banda de metal da história, “Master of Puppets” mostra o Metallica no auge de sua carreira. Os riffs criados por James Hetfield e o baixo extremamente competente do saudoso Cliff Burton dão o tom da primeira à última música. Técnica e peso aliados fazem com que esse disco seja tão admirado pelos fãs de metal.
Faixas de destaque: “Master of Puppets”, “Welcome Home (Sanitarium)” e “Orion”










2o “Reign In Blood” – Slayer – 1986
Em Segundo lugar na nossa lista aparece talvez o mais pesado dos cinco eleitos. “Reign In Blood”, terceiro álbum do quarteto de Los Angeles, é uma verdadeira bomba que explode na cara dos ouvintes do início ao fim. As performances dos dois guitarristas Kerry King e Jeff Hanneman e do monstro da bateria, Dave Lombardo, colocam com justiça esse disco na segunda posição.
Faixas de destaque: “Raining Blood” e “Angel of Death”








 
3o “The Number of the Beast” - Iron Maiden – 1982
Essa banda não poderia faltar de forma alguma no top 5. São vários os álbuns clássicos lançados pelo Iron Maiden, mas “The Number” tem uma grande importância histórica para o gênero e marca a estreia de um dos melhores vocalistas de todos os tempos. Bruce Dickinson.
Faixas de destaque: “The Number of the Beast”, “Run to the Hills” e “Hallowed be Thy Name”









4o Black Sabbath – Black Sabbath – 1970
Na quarta posição desta lista está o álbum da banda que certamente teve grande influência nas outras quatro aqui citadas. Imagine o choque que causou um disco com o peso que tem “Black Sabbath” lançado numa época em que grande parte das músicas compostas falava de amor, flores, etc. Foi o trabalho de estreia da banda de um dos frontmen mais malucos de todos os tempos, Ozzy Osbourne. Não poderia haver um início melhor.
Faixas de destaque: “Black Sabbath” e “N.I.B.”










5o “Vulgar Display of Power” – Pantera – 1992
Em quinto lugar, mas também com muito prestígio, vem o álbum da banda mais nova desse Top 5. Segundo disco da segunda fase da carreira do grupo, logo na capa “Vulgar” ilustra exatamente o efeito das suas músicas nos fãs de heavy metal: Um verdadeiro soco na cara.
A guitarra e a bateria dos irmãos Abbot davam a base perfeita para o vocal gutural do grande Philip Anselmo. Foi um sopro de esperança num gênero que perdeu um pouco de força nos anos noventa.
Faixas de destaque: “Mouth For War”, “Walk” e “Fucking Hostile”.


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Green Day

Trilogia do Green Day começa sem empolgar



Após lançar dois álbuns conceituais que mostraram evolução tanto em estúdio quanto em apresentações ao vivo, o trio californiano de pop punk Green Day resolveu voltar ao básico.

“American Idiot”, de 2004, foi uma surpresa pra muitos fãs da banda e para críticos musicais. O álbum tem vários bons momentos. A maioria deles é mais pop rock do que pop punk, mas é um bom disco.

Cinco anos depois veio “21st Century Breakdown”. Mais um trabalho estilo ópera rock. Na época do lançamento eu cheguei a comparar o Green Day com o The Clash pelo fato de não terem medo de ousar e ultrapassar a barreira às vezes restrita demais da estética punk. Também é um disco de qualidade, embora inferior ao seu antecessor.

Ao final desses dois ciclos de álbum novo e turnê mundial, o Green Day resolveu dar uma acalmada. De fato era necessário dar um tempo pra respirar. A banda havia se tornado ainda maior do que na época do seu primeiro disco de sucesso, “Dookie”, de 1994. Ganhou Grammys, lotou estádios e arenas por onde passou, enfim...foi uma grande odisseia.




Ao retornarem ao trabalho, o vocalista e guitarrista Billie Joe Armstrong e seus parceiros Mike Dirnt e Tré Cool começaram a compor cancões que, instintivamente, retomaram à direção que seguiram até o álbum “Warning” de 2000. Em entrevistas para revistas e sites de música, Billie Joe afirmava que as novas músicas soavam como um “power pop”. Ou seja, melodias pop sobre guitarras nervosas.

O ritmo de composição do Green Day seguia tão intenso, resultando numa quantidade tão grande de músicas, que os caras resolveram fazer algo parecido com o que o System of a Down fez em 2006, quando presentearam os fãs com um disco em cada semestre daquele ano. Mas eles resolveram ser ainda mais ousados. Decidiram lançar três discos em seis meses. Os álbuns foram intitulados “Uno”, “Dos” e “Tré”. Captaram a alusão ao nome do baterista? Tré Cool? Não é uma ideia que prima pela criatividade, mas valeu pelo bom humor.

O fato é que essa inciativa do Green Day tem se tornado cada vez mais incomum no meio musical. Normalmente o que as bandas fazem quando a produção rende muito e em boa qualidade é lançar um álbum duplo. Hoje em dia essa ideia caiu um pouco em desuso porque as pessoas sequer tem comprado um cd simples, quanto menos um duplo. Talvez dividir o trabalho em três partes possa ser mais suave para o bolso dos fãs e, ao mesmo tempo, os enche de novidades.

O cd “Uno” foi lançado agora em setembro (“Dos”e “Tré” serão lançados respectivamente em novembro e janeiro). Começa bem com a agitada “Nuclear Family”. Uma faixa típica do Green Day lá do final dos anos 90. Do mesmo nível que essa só “Let Yourself Go” e “Loss Of Control”. Já “Troublemaker” lembra Foxboro Hot Tubs (banda alterego do próprio Green Day que faz um rockabilly de primeira).

O restante do cd acaba pecando pela monotonia. O power pop prometido por Billie Joe está lá. Não houve espaço nem para baladas do tipo “Boulevard Of Broken Dreams”, mas o resultado final carece de criatividade. Talvez o único momento que o trio realmente tenta fugir do óbvio é quando eles dão uma de Franz Ferdinand com o rock dançante de “Kill The DJ”. Valeu a intenção, mas não deu muito certo.

Me chamou a atenção o fato de várias músicas terem solos de guitarra relativamente criativos e que dão um certo brilho a algumas faixas, mas isso não faz do álbum um trabalho potente e vigoroso como eu esperava.




Eu estava com saudade do Green Day antigo, menos meloso e mais incisivo, mas torço e espero que as faixas já prontas estejam em um nível superior a “Uno”.  Ainda bem que não vai demorar muito pra descobrirmos. Novembro está logo ali.

Clique aqui e ouça álbum "Uno" na íntegra