20 anos depois, 10 discos que ainda fazem muito barulho – Pt. 1
Passada a
avalanche da Copa do Mundo, cá estou de volta para mais um post.
Aliás,
estou devendo um post sobre este assunto faz tempo. Foi lendo matérias ou mesmo
posts em outros blogs por aí afora que me dei conta do assunto tratado à
seguir: álbuns que estão completando 20 anos de existência.
Na verdade,
o ano de 1994 foi muito emblemático pra mim no que diz respeito a música. Foi
em 1993 que parei para ouvir discos de estilos musicais que até então nem
passavam pela minha cabeça quanto menos chegar a aprecia-los ou mesmo saber da
existência. Estou falando de rock pesado e rap. Esses universos eram
praticamente desconhecidos por mim.
Ainda em 93
gravei umas fitas cassete para ouvir na minha casa bandas como Metallica,
Pantera, Nirvana, Viper, Pearl Jam, Motorhead e por aí vai. Mas foi em 1994 que
ganhei meu primeiro CD. A partir daí não parei mais. No mesmo ano adquiri CDs
que haviam sido lançados recentemente, mas com o passar do tempo, fui comprando/ganhando
outros tantos lançados também em 94.
Mas agora,
20 anos depois, como eu disse no início deste texto, é que me toquei na
quantidade de ótimos discos que chegaram às lojas (no tempo que isso ainda era
uma grande novidade) naquele períodos. Discos que eu ouço até hoje praticamente
com o mesmo prazer que tinha quando os ouvi pela primeira vez.
Resolvi
então pinçar da minha humilde coleção, todos os CDs lançados em 1994. De um
total de quatorze álbuns, escolhi os dez mais importantes e que serão listados e
brevemente comentados em duas partes. Confira os primeiros cinco à seguir.
“Far Beyond Driven” – Pantera
Se não me engano, foi minha irmã quem me deu
este disco de presente de aniversário. Foi ainda em 94, meses depois de ter
ganho meu primeiro cd, o espetacular “Vulgar Display
of Power” (1992), também foi do Pantera. “Far Beyond...” me deixou de cara. Seu antecessor já era uma
pedrada sonora, então achei que não fosse possível que a banda lançasse um
trabalho ainda mais agressivo. Nada disso! “Far Beyond Driven” contém
faixas extremamente pesadas. O
ritmo só diminui mesmo na última faixa, um cover de “Planet Caravan” do Black
Sabbath. De resto, só porradaria. “Strenght Beyond Strenght”,
“Becoming”, “Five Minutes Alone”, “Slaughtered”, “Use My Third Arm” e a minha
favorita de toda a discografia dessa que é minha banda favorita, “I’m Broken”.
“MTV Unplugged in New
York ” - Nirvana
Este álbum também
foi adquirido no ano do seu lançamento. Mais precisamente, no supermercado
Carrefour (bons tempos...). A essa altura eu já era fanático pelo Nirvana e
ainda estava meio deprê com a morte de Kurt Cobain, cerca de sete meses antes
do “Unplugged” chegar às lojas. Como na época não existia internet por aqui, eu
não tinha noção do que se tratava este disco. Achei que fosse simplesmente um
álbum ao vivo, recheado das canções sujas e toscas que eu tanto gostava. Na
verdade era a gravação de um show acústico que incluía poucos hits da banda e várias
versões de artistas admirados por Kurt. Demorou um pouco para eu assimilar a
proposta, mas hoje eu o vejo como o melhor acústico já feito. Também é especial
por ser o primeiro CD do Nirvana que eu tive, embora não seja o meu preferido
deles. Destaque para as faixas “The Man Who Sold the World” (David
Bowie), “Lake of Fire ” (Meat Puppets) e “Where Did You
Sleep Last Night” (Lead Belly).
“Dookie” - Green Day
Este álbum teve
um papel fundamental na minha formação como fã de música. Afinal, foi através
dele que eu descobri o punk rock. Quando vi o clipe da música “Basket Case”, na
MTV, não tinha noção que aquilo era punk.Tudo bem que na verdade era pop punk e
que eu viria a descobrir a verdadeira raiz do estilo anos depois, mas foi ali
que as portas se abriram. No ano seguinte eu compraria o cd da outra banda que
descobri simultaneamente ao Green Day, “Smash”, do The Offspring. “Dookie” até
hoje soa atual pra mim. Eu aprendi a tocar guitarra com músicas como “She”,
“Longview” e “When I Come Around”. Os últimos trabalhos do grupo não me
agradaram. Não tem mais a energia de “Dookie” ou do seu sucessor, “Insomniac”.
Ali sim está o Green Day de verdade e que eu ouço até hoje.
Coletânea –
Racionais MCs
Sempre que
falo sobre este álbum eu digo que ele mudou minha vida. Até então, eu não
ligava muito para rap. Muito menos rap nacional. Mas um verdadeiro fenômeno da
música brasileira deu as caras ainda em 93 através das músicas “Fim de Semana
no Parque” e “Um Homem Na Estrada” do disco “Raio X do Brasil”, lançado apenas em
vinil. Duas músicas de quase oito minutos cada tocando no rádio? Isso era sinal
de que havia algo especial ali. No ano seguinte saiu uma coletânea contendo as
duas faixas e mais outras onze que faziam parte de LPs que o grupo havia
gravado no início dos anos 90. Cada uma delas me impactou de forma decisiva.
Despertou o orgulho pela minha raça e me fez enxergar o mundo de uma forma
diferente de até então.
“Ill
Communication” – Beastie Boys
Mais um
disco de rap da “classe de 94”. Nessa época a MTV bombava e praticamente todo
dia nos mostrava uma novidade. Uma delas era um grupo de rap formado por três
caras brancos. Ressalto o fato de serem brancos porque o rap surgiu nos
subúrbios das grandes cidades norte-americanas, onde a maioria da população era
composta por afro-descendentes. Mas talvez a “graça” estivesse justamente neste
fator inesperado. Os caras eram bons demais! O vocal mais rouco de MCA
combinava com o vocal esganiçado de Ad Rock. No meio termo havia Mike D.
Juntando esses três elementos com bases originais e samples pra lá de criativos
você tinha um grupo que lançou em 94 aquele que foi o álbum mais famoso de suas
carreiras. Eu e alguns amigos ficamos chapados com sons como “Root Down”, “Sure
Shot” e “Sabotage”. Na verdade, acho que estamos chapados até hoje.
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