20 anos depois, 10 discos que ainda fazem muito barulho – Pt. 2
Pois bem.
Vamos à segunda parte da “Classe de 1994”. Alguns camaradas inclusive
adivinharam alguns dos álbuns que estão incluídos nessa metade final da lista
de discos lançados há 20 anos. Vale lembrar que eu estou destacando apenas os
principais álbuns de 94 que este blogueiro possui e não aqueles que tiveram
grande importância naquele ano como um todo.Confiram então quais são esses CDs
e vejam se estão de acordo.
“Raimundos”
– Raimundos
A primeira
música que eu ouvi dos Raimundos foi “Selim”. Uma balada acústica bem
tranqüila, mas cuja letra era uma baixaria sem tamanho. Com dezesseis anos de
idade, achei o máximo. O restante do álbum era um hardcore pra lá de nervoso
com pitadas muito originais de forró. Isso mesmo. Forró misturado com guitarras
pesadíssimas e um baixão ultra estalado! Não dava pra entender quase nada das
letras cantadas na velocidade da luz pelo vocalista Rodolfo Abrantes e isso me
intrigava ainda mais e me fazia querer ouvir aquelas músicas várias vezes.
Somente alguns anos depois eu acabei comprando o cd e, com o encarte em mãos,
decorei praticamente todas as letras. “Raimundos” foi a estreia arrebatadora da
banda de Brasília que liderou uma geração riquíssima do rock nacional que ainda
duraria até o final da década. Destaque para as faixas “Puteiro em João Pessoa”,
“Bê a Bá” e “Nega Jurema”.
“Da Lama ao
Caos” – Chico Science e Nação Zumbi
Foi na
novela “Mulheres de Areia” (sim, eu assisti novela um dia) que eu ouvi a música
“A Praieira”. Não sabia que estilo musical era aquele. Só sabia que vinha do
nordeste por causa do sotaque do vocalista. Um pouco depois acho que vi o clipe
de “A Cidade”. Achei igualmente agradável. Mas foi somente uns dois anos
depois, quando minha escola participou da gravação do saudoso “Programa Livre”,
no SBT, que eu realmente me liguei naquela banda fantástica. Guitarra pesada e tambores
de maracatu que ressoavam no fundo do peito. Que som absurdo! “Da Lama ao Caos”
foi o segundo cd que eu tive do CSNZ. Isso foi depois de já ter ganho de
aniversário o disco seguinte, o também excelente “Aforciberdelia”, e,
infelizmente, depois da trágica morte de Chico Science, no início de 1997.
Mesmo sem seu eterno líder, a banda continuou espetacular e eu os acompanho até
hoje, comprando cada álbum lançado. Outras músicas de destaque são “Da Lama
ao Caos” e “Rios, Pontes e Overdrives”.
“Usuário” –
Planet Hemp
Ah...o
polêmico Planet Hemp. Hoje em dia não sei se a surpresa seria tão grande, mas
vinte anos atrás, foi o maior rebuliço. Clipe censurado, integrantes presos por
apologia às drogas, enfim, muito alarde. Mas tinha a música! Esses cariocas
faziam um rap de ótima qualidade e misturavam com funk e hardcore. Uma fórmula inspirada
nos americanos do Beastie Boys e que conquistou a molecada rapidamente. Não
chegou a ser tão popular quanto os Raimundos devido à maior agressividade das
letras, mas foi um dos pilares do rock nacional da época. “Usuário” foi o disco
de estreia do Planet que ainda lançaria mais dois trabalhos de estúdio e um
registro ao vivo. Aliás, tive a chance de ver o show dos caras uma única vez e
garanto que foi bom demais! Minhas músicas favoritas do álbum não fogem do óbvio
porque de fato são excelentes. “Legalize Já”, “Dig Dig Dig (Hempa)”, “Mantenha
o Respeito”, além de “Fazendo Sua Cabeça” e “Não Compre, Plante”.
“Korn” –
Korn
Eu só
descobri que o Korn existia quando vi o clipe da música “Blind” uns três anos
depois que o álbum de estreia dos caras havia sido lançado. Na hora não me
empolguei muito porque logo depois da introdução bem porrada entrava um vocal
suave, praticamente sussurrante do vocalista Jonathan Davis. Mas aos poucos fui
me acostumando com o estilo da banda, o hoje famigerado “new metal”. Já em 98
eu comprei o aclamado álbum “Follow the Leader”, o terceiro da carreira dos
californianos. Em seguida comprei o segundo, “Life is Peachy”, e só então achei
o auto-intitulado. Talvez não seja o meu preferido da discografia do Korn, mas
é um excelente álbum que acabou se tornando influência para inúmeras bandas que
surgiriam ainda naquela década e também na seguinte. As faixas que mais me
chamam a atenção neste disco, além de “Blind”, são “Faget” e “Shoots and
Ladders”.
“The Downward Spiral” – Nine Inch Nails
Esse foi o
ultimo álbum lançado em 1994 da minha coleção que eu adquiri. Eu cheguei a ter
contato com alguma coisa do Nine Inch Nails na época que comecei a curtir rock,
mas nunca havia me interessado muito por aquele som meio estranho que misturava
rock e música eletrônica. Em meados de 2004 me deu um instalo. Acabei ouvindo algumas
músicas dos caras que pela primeira vez me chamaram a atenção e resolvi comprar
o álbum duplo “The Fragile”. Era só isso que faltava. Comecei então a ir atrás
de toda a discografia da banda. E não foi fácil. A maioria dos CDs do grupo
liderado pelo gênio Trent Reznor tive que comprar lá fora. “The Downward
Spiral” foi um desses. Para muitos, é o melhor trabalho do NIN e isso se
justifica através de canções fantásticas como “March of Pigs”, “Heresy”,
“Reptile”, a balada dramática “Hurt” e claro, a espetacular “Closer”. Um álbum
clássico que, quem é fã de rock deve ouvir pelo menos uma vez na vida.
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