Top 5 – Os maiores produtores da
história
Para gravar um álbum, o artista não pode simplesmente entrar em um
estúdio, pedir para um cara apertar “rec” e começar a cantar ou tocar seus
instrumentos. Existe todo um processo por trás do registro de uma canção e,
consequentemente, de um disco completo.
Cada banda, cantor, etc, tem uma identidade musical. Ou pelo menos
deveria buscar uma. É preciso que seu trabalho soe de maneira coesa, com um
arranjo bem equilibrado e com cada parte em seu lugar. Acontece que nem sempre
esse artista tem condições de tomar essas decisões. Principalmente se ele for
um iniciante. É aí que entra o produtor musical.
Este profissional tem o dom (além de ter estudado pra isso, é claro) de
moldar o som de uma banda. Fazer com que ela soe mais suave ou mais pesada,
mais polida ou mais “suja”. Este é um trabalho que demanda muita sensibilidade
e entrosamento entre produtor e produzido.
Muitas vezes surge uma química entre
essas partes que acabam produzindo obras maravilhosas. Em algumas
oportunidades, acredite, mesmo que os dois lados não se entendam, é possível
que saia um bom trabalho. No pior dos cenários, produtor e artista entram em
choque total, tudo tem que ser jogado no lixo e o jeito é começar do zero com
uma outra pessoa na mesa de gravação.
Este mês eu mergulhei neste ambiente e, mais uma vez pesquisando aqui e
ali, encontrei os maiores produtores da história. Muitos deles eu já conhecia e
imaginava que estariam entre os melhores. Vários outros nomes apareceram em todas as listas
observadas, mas creio que os eleitos não deixam dúvidas. Entre eles está o meu
favorito, que inclusive me inspira a, quem sabe um dia, enveredar por este
caminho. Veja então quem são, na opinião deste humilde blogueiro, os cinco maiores produtores
musicais de todos os tempos.
1º George Martin
O grande vencedor deste top 5 é um caso típico de química ideal entre
produtor e artista. O inglês George Martin simplesmente é o produtor por trás
de todos os álbuns dos Beatles. Considerado o maior fenômeno musical da
história, o grupo dos quatro rapazes de Liverpool teve como grande marca a
espetacular evolução musical que apresentaram no decorrer de seus quase 10 anos
de atividade. A cada disco lançado os Fab Four iam progredindo a olhos vistos.
Não se conhece nenhuma banda que progrediu tanto tecnicamente e liricamente como
os Beatles. E George Martin sempre esteve por trás, ás vezes compondo arranjos
de cordas ou mesmo de melodias vocais.
Ano após ano a banda lançava uma obra prima, sempre com o toque mágico
do produtor. O único percalço desta parceria foi o álbum “Let It Be”, composto
em meio a uma crise interna que viria a decretar o fim do grupo e por isso teve
que ser re-produzido por um outro integrante desta lista que vocês verão logo
mais. Os destaques do seu porfolio eu diria que são “Sgt Pepper Lonely Heart’s
Club Band”, “The White Album” e “Abbey Road”. Ah...como se tudo isso não fosse
o suficiente, Martin ainda produziu artistas como Jeff Beck, Cheap Trick e
alguns discos do The Wings, banda de Paul McCartney pós Beatles.
2º Rick Rubin
Na introdução desta lista eu falei que meu produtor musical favorito
havia conseguido um lugar entre os cinco eleitos. Bem. Aqui está ele: Rick
Rubin. Este americano de 49 anos começou a se envolver com música no iníco dos
anos 80 tocando em bandas de punk rock.
Apesar de ser amante de música e ter vasto conhecimento no assunto, seu
talento como músico era limitado. Por isso acabou se tornando DJ. Assim como o
rock, o hip hop também era sua paixão e por isso montou uma gravadora, a Def
Jam Records, para trabalhar com grupos
de rap e, consequentemente, produzi-los. Foi assim que Rick iniciou uma
carreira espetacular como produtor. O mais incrível foi como ele passeou entre
os mais variados estilos, sempre com a mesma competência. Dentro do rock
trabalhou com nomes como AC-DC, Red Hot Chili Peppers e Metallica. Já no hip
hop, foi notabilizado por trabalhos espetaculares com os Beastie Boys, Run-DMC
e Jay-Z. Mas fora desses gêneros, Rick Rubin contribuiu com o retorno
triunfante do mestre do country Johnny Cash, nos anos 2000. Também nesta época,
produziu as garotas country do Dixie Chicks e, mais recentemente, trabalhou com
uma “tal de Adele”, que nem fez muito sucesso com seu álbum “21”. É incrível!
Praticamente tudo que o cara põe a mão faz sucesso. Com seu jeitão zen,
trabalhando muito mais a parte emocional do que técnica dos aritstas, Rick é,
sem dúvida, um dos maiores produtores do mundo.
3º Quincy Jones
Produtor, maestro, arranjador, compositor de trilhas sonoras, produtor
de televisão e trompetista. Querem mais? Ok. Ele produziu o álbum mais vendido
de todos os tempos: “Thriller”, de Michael Jackson. Esse é Quincy Delight Jones
Jr., natural de Chicago, nos Estados Unidos. Um gênio da música contemporânea
que acompanhou grande parte da carreira de um dos maiores artistas de todos os
tempos. Antes de “Thriller”, Quincy Jones já havia produzido o álbum anterior
de Michael, a obra-prima soul/disco/funk “Off The Wall”, lançado em 1979, e
ainda produziria o sucessor do álbum multi-platinado, o também excelente “Bad”, de 1987. Além da extremamente
bem sucedida parceria com o rei do pop, Jones trabalhou com artistas do quilate
de Aretha Franklin, Frank Sinatra e Donna Summer. E como se tudo isso ainda não
fosse suficiente, Jones foi o produtor/arranjador do clássico “We Are The
World”, uma música composta para o álbum “USA For Africa”, de 1984, criado para
arrecadar fundos para a população da Etiópia. A canção foi gravada por uma
verdadeira constelação de artistas como Michael Jackson, Lionel Ritchie
(compositores da canção), Stevie Wonder, Ray Charles, Bruce Springsteen, Bob
Dylan e muitos outros. Deem uma olhada no clipe dessa música e vocês verão a
“fera” regendo os cantores. Uma lenda e fim de papo.
4º Phil Spector
Esse é, sem dúvida, o mais polêmico dos cinco produtores eleitos neste top
5. Um dos pioneiros do som das “girl-groups” dos anos 60, este novaiorquino do
Bronx foi responsável pela produção de vários hits durante os anos 60. Um dos
seus grandes méritos foi ter criado o “Wall of Sound” ou “Parede de Som”, uma
técnica de produção usada até hoje por muitos profissionais do ramo que
consiste em gravar vários instrumentos em uníssono, como guitarras ou um naipe
de metais, ajudando assim a encorpar mais o arranjo de uma canção. Mas,
provavelmente, seu trabalho mais relevante tenha sido a re-produção do álbum
“Let It Be” dos Beatles (aquele que eu citei no trecho sobre George Martin). O
som do álbum ficou fantástico! Puro, orgânico. Experimente ouvir todo o disco
com fones de ouvido e talvez você tenha a impressão de estar ouvindo uma apresentação
ao vivo. Nos anos 70 Spector seguiu trabalhando com grandes artistas como John
Lennon e George Harrison em seus trabalhos solo. Durante os anos 80 e 90 caiu
no ostracismo e praticamente se afastou da música. Só apareceu com destaque
produzindo em 1980 o álbum “End Of The Century” dos Ramones. O pior viria
muitos anos depois, exatamente no dia 3 de fevereiro de 2003, quando Phil
Spector assassinou a atriz Lana Clarkson em sua mansão em Long Beach. O
produtor acabou sendo condenado e preso em 2009 e passou a cumprir desde então
uma pena de dezenove anos.
5º Dr. Dre
Chegamos ao final deste top 5 com um representante mais do que digno da
música atual. O californiano Andre Young se destacou pela primeira vez na
música quando era um dos membros do N.W.A., grupo pioneiro de “gangsta rap” que
fez grande sucesso entre o final dos anos 80 e início dos 90. Após o fim do
N.W.A., Dr. Dre saiu em carreira solo e se tornou ainda mais bem sucedido. Ao
lado de seus eternos parceiros, Snoop Dogg e o saudoso Tupac Shakur, ele era um
dos pilares que formavam o que poderíamos chamar de “santíssima trindade” do
rap americano e mundial durante boa parte dos anos 90. Paralelamente a sua
carreira como performer, Dre começou a desenvolver suas habilidades como
produtor musical. Aos poucos ele foi deixando de lado o desejo de estar o tempo
todo em cima do palco e passou a se dedicar a composição de batidas incríveis a
serem utilizadas pelos novos talentos que ele mesmo identificava no rap
norte-americano. Artistas multi-platinados como Eminem e 50 Cent foram
descobertos por Dre e tiveram vários de seus álbuns produzidos por ele. No meio
do rap e do R&B e até da música pop, Andre é tido como um gênio. Além dos
já citados, o cara trabalhou com artistas gabaritados como Jay-Z, Nas, Alicia
Keys e Gwen Stefani . Apesar do enorme sucesso como produtor, ele ainda faz
alguns shows e deve lançar em breve, o longamente aguardado álbum intitulado
“Detox”. É esperar pra ver o que vem por aí.
Alguns nomes de produtores citados várias vezes nas listas pesquisadas
ficaram de fora da lista final, mas merecem uma menção honrosa. Da “velha-guarda” temos: Sam Philips (Elvis
Presley), Brian Eno (U2), Lee “Scratch” Perry (Bob Marley), George Clinton
(Funkadelic), Mutt Lange (AC/DC), Bob Ezrin (Kiss) e Prince. Entre os “novatos”
temos: Butch Vig (Nirvana ), Trent
Reznor (Nine Inch Nails), Timbaland (Lil Wayne), Mark Ronson (Amy Winehouse), Kanye West
(Jay-Z), Babyface (Madonna), The Neptunes (Alicia Keys), Danger Mouse (The
Black Keys) e Nigel Godrich (Radiohead), só para citar alguns.
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