Eles estiveram por aqui na edição passada, em 2011, e voltam mais uma vez porque seus shows são invariavelmente memoráveis. Mesmo que esta seja a teceira visita dos caras em pouco mais de três anos, os ínúmeros fãs da banda certamente serão maioria absoluta no público que vai lotar a cidade do rock no dia 19 de setembro, a chamada noite do metal.
Apesar da enorme vontade, não poderei comparecer a este show. Seria a terceira vez que veria o Metallica ao vivo. Mas se você ainda não teve essa oportunidade e conseguiu ser um dos felizardos a adquirir seu ingresso, tenho certeza que vai assistir uma verdadeira aula de rock (rock pesado, naturalmente). Para reafirmar isso, resolvi postar aqui o texto que escrevi sobre o show que felizmente eu pude ver ao vivo, em São Paulo, no ano de 2010. Acho que vai ajudar a dar uma empolgação ainda maior para o show deste ano. Se é que isso ainda é possível. Com vocês, The Four Horsemen!
Onze anos depois, Metallica volta ao Brasil para fazer
história
Em maio de 1999, eu e mais dois amigos, Alex e Hugo, todos
com pouco mais de 20 anos de idade, estávamos prestes a assistir aquele que
certamente seria o show de nossas vidas. Foram mais ou menos cinco anos “dissecando”
toda a discografia daquela que eu considero o maior (notem que eu disse a
maior, não a melhor) banda de Heavy Metal de todos os tempos: O Metallica. Aquela
era nossa chance de conferi-los ao vivo pela primeira vez.
Foi uma noite e tanto. Era o nosso primeiro show de grande
porte e, naturalmente, passamos algum sufoco. Eu quase fui tragado pela
multidão no começo do show do Sepultura, banda responsável por esquentar a
galera para o evento principal. Um dos meus amigos, Hugo, teve que passar uns
minutinhos na enfermaria para recuperar o fôlego. Mas no fim, o saldo foi
positivo.
Onze anos depois, já trintões, lá fomos eu e meus dois amigos de infância ver o Metallica novamente. Todo o contexto estava diferente dessa vez.
Além de nós, obviamente, o Metallica também mudou. A banda passou por momentos
muito difíceis nesse período entre 1999 e 2010. Substituição de baixista,
vocalista com problemas de adicção, brigas, etc. Os “Four Horseman” chegaram
perto até de encerrar as atividades, mas hoje se encontram totalmente recuperados
e fortalecidos.
O álbum mais recente, “Death Magnetic”, lançado em 2008,
recebeu boas críticas por remeter ao passado glorioso da banda nos anos 80,
quando abusavam de riffs poderosos e solos perfeitos. A turnê que se seguiu para suportar o cd não
poderia ser mais bem sucedida. Quem tivesse a chance de ver James Hetfield
(vocal e guitarra), Lars Ulrich (bateria), Kirk Hammett (guitarra solo) e
Robert Trujillo (baixo) em cima do palco, veria quatro caras com espírito
renovado e com muita disposição para dar o melhor aos fãs. No último dia 30 de
janeiro, no Estádio do Morumbi, foi isso que os três velhos amigos puderam
testemunhar.
Assim como há onze anos, a banda de abertura do grande show
foi o Sepultura. Da mesma forma que nós e o Metallica, os ícones do metal
brasileiro também mudaram. Mas, infelizmente, mudaram para pior. Uma banda
desfigurada, sem os irmãos Cavalera, seus membros fundadores, fez um show morno
para uma recepção discreta do público. Mas isso é uma questão para ser
discutida em outro momento.
Após um longo dia de espera, uma fila interminável para
entrar no estádio, comida e bebida muito caros, era chegada a hora de ver o
Metallica mais uma vez em ação. Pouco mais de nove e meia da noite, apagam-se
as luzes e começa a tradicional introdução dos shows do grupo nativo de San
Francisco, “The Ecstasy of Gold”. Começa um empurra-empurra e uma luta
desenfreada para conseguir um lugar decente na pista para poder ver nossos heróis
um pouco mais de perto.
Fim de introdução e direto na nossa cara disparam os acordes
brutais de “Creeping Death”, clássico do segundo álbum da banda, “Ride the
Lightning”, de 1984. Em seguida, outro clássico do mesmo disco, “For Whom The
Bell Tolls”. A partir daí vimos uma sequência de sons matadores. James, muito mais falante que da última vez,
interagiu várias vezes com a platéia e usou a estratégia mais do que manjada
para conquistar o público (como se ainda fosse preciso) ao soltar algumas frases
em português como “Estão prontos?” ou então “Estão comigo?”.
As faixas do trabalho mais recente como “The End of The
Line” e a balada com final destruidor, “The Day That Never Comes”, se encaixaram
bem com o material mais antigo. Também não faltou a famosa pirotecnia durante a
execução de “One”. Aliás, a produção foi de primeira qualidade. Além de
explosões no palco e fogos de artifício, o “pano de fundo” era nada mais nada
menos que um telão gigante que ajudou a mostrar detalhes da apresentação imperceptíveis
a olho nu.
Na parte final do show eu já estava em êxtase completo.
Sozinho, depois de meus amigos terem se perdido no meio da galera, minha cabeça
quase explodiu de tanto que gritei durante “Master of Puppets” e “Blackened”.
Emendadas, “Nothing Else Matters”
e o maior hit, “Enter Sandman”, encerraram a primeira parte do concerto.
Não demorou muito para Hetfiled voltar ao palco, se aproximar do microfone e dizer: “vocês ainda estão aqui. Por quê?”. Ele sabia muito bem. E junto com seus com comparsas nos brindou com “Stone Cold Crazy”, cover do Queen, “Motorbreath”, do primeiro disco, “Kill’em All” e, para fechar, também direto de 1983, “Seek and Destroy”, com refrão cantado em uníssono pelos mais de 65 mil espectadores presentes: “Searchiiiiiiiing...Seek and Destroy!!!!”
Não demorou muito para Hetfiled voltar ao palco, se aproximar do microfone e dizer: “vocês ainda estão aqui. Por quê?”. Ele sabia muito bem. E junto com seus com comparsas nos brindou com “Stone Cold Crazy”, cover do Queen, “Motorbreath”, do primeiro disco, “Kill’em All” e, para fechar, também direto de 1983, “Seek and Destroy”, com refrão cantado em uníssono pelos mais de 65 mil espectadores presentes: “Searchiiiiiiiing...Seek and Destroy!!!!”
Agora, sim. Fim de espetáculo. Quero dizer, quase fim de
espetáculo. Os quatro membros do Metallica permaneceram por mais uns 10 minutos
no palco agradecendo o público, lançando palhetas e baquetas para os
privilegiados da área vip. Plenamente
satisfeito, mas também esgotado, vi Lars Ulrich prometer que não vão demorar
mais onze anos pra voltar. Será mesmo? E se levar todo esse tempo, os três
amigos estarão novamente lá? Não sabemos. Mas se esta
tiver sido a última vez, podemos dizer que este sim foi o show de nossas vidas.
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