terça-feira, 8 de janeiro de 2013

The Black Keys



The Black Keys: o novo bom e velho rock and roll





Um certo dia, no começo do ano passado, conversando com um camarada do meu trabalho comentei que o Arctic Monkeys, banda indie inglesa da qual somos grandes admiradores, iria fazer uma turnê grande pelos Estados Unidos. Mas um detalhe me deixou contrariado e eu falei pra esse camarada: “Cara! O Arctic Monkeys vai sair em turnê pelos Estados Unidos, mas não vão ser a atração principal! Eles vão abrir pra um tal de The Black Keys...você conhece essa banda?”.  E ele respondeu: “É...parece que eles estão “grandes”, sim. Muito bem falados e tal”. Na hora eu deixei passar batido, mas guardei o nome na memória pra pesquisar mais pra frente.

Com o passar do tempo, realmente fui comprovando que o tal The Black Keys realmente estava bem “hypado” tanto em seu país natal, Estados Unidos, quanto na Europa. Comecei a ouvir falar cada vez mais dos caras e então minha curiosidade foi aumentando. Foi então que em uma das minhas visitas ao excelente site whiplash.net vi uma matéria que descrevia com detalhes toda a discografia da banda. 

Nessa matéria descobri que o Black Keys na verdade é uma dupla! Isso mesmo! Dan Auerbach (guitarra e vocal) e Pat Carney (bateria) são seus únicos membros oficiais. Isso aguçou ainda mais minha curiosidade e então parti pra ouvir o som dos caras. Primeiro dei uma sacada pela internet naquele que é o álbum mais recente da dupla, intitulado “El Camino”, lançado em 2011. Achei interessante mas nada de especial.




 Pouco tempo depois resolvi dar mais uma chance para os dois esquisitões e ouvi o disco anterior ao “El Camino”, chamado simplesmente de “Brothers”. Dessa vez minha reação foi um pouco mais positiva. O próximo passo foi passar em uma loja, pegar um cd nas mãos e ouvir com um pouco mais de atenção. Aí a história começou a mudar. 

Não demorou muito e eu finalmente comprei (sim, comprei, não baixei) o já citado “El Camino”. A essa altura já estava seduzido pelo rock garageiro que mistura blues, uma pitada de country e mais uma dose rock sessentista. É sem dúvida um som que não te deixa ficar parado. Um som que te leva instintivamente a fazer air guitar, dar uma dançada de leve ou simplesmente viajar com os riffs matadores compostos por Dan. 

Paralelamente a esse “processo de sedução”, comecei a dar uma olhada nos clipes do The Black Keys. E mais uma vez eles surpreenderam. Ainda não vi todos. Mas os que eu vi me chamaram muito a atenção. Dan e Pat costumam inclusive atuar nos vídeos e acabam se saindo muito bem. São os casos dos clipes de “Tighten Up” e “Your Touch”. Mas o mais divertido dos que eu vi até agora é sem dúvida o do single de grande sucesso do “El Camino”, “Lonely Boy”. O clipe nada mais é do que um “tiozinho”,  realmente sozinho, dançando para a câmera durante os pouco mais de três minutos da canção. Muito engraçado, simples e original. Vale conferir.





Desde que comprei o cd confesso que fiquei meio obcecado pela banda. Voltei a ouvir os trabalhos anteriores, principalmente o já citado “Brothers”, além de “Attack and Release”, de 2008 e “Magic Potion”, lançado em 2006. Ouvindo todos esses álbuns dá pra perceber uma sutil mudança no som dos caras, mas sem perder a identidade. A essência blues continua até hoje, mas as músicas dos primeiros registros são bem menos acessíveis, digamos assim. A produção, a cargo do baterista Pat Carney, era mais suja e os arranjos um pouco mais complexos. A partir do momento em que Danger Mouse (membro da dupla de R&B Gnarls Barkley) passou a assumir o papel de produtor ao lado de Pat, a história mudou um pouco. 

Danger Mouse conseguiu tornar o som do The Black Keys um pouco mais palatável, mas sem se tornar fraco, nem perder a pegada rockeira que é sua característica mais marcante. Inclusive, para encorpar ainda mais as performances ao vivo das composições mais novas, músicos adicionais tocam em grande parte dos shows para reproduzir com fidelidade as guitarras extras, o baixo e o teclado que ouvimos nas versões de estúdio.

O fato é que agora eu consigo entender porque o Arctic Monkeys foi a banda de abertura na turnê americana com a dupla nativa de Akron, Ohio. Não que eu acredite que eles sejam melhores que os moleques ingleses. Minha opinião pode até mudar no futuro. Não sei. Mas sem dúvida ficou claro pra mim porque esta banda vem recebendo seguidos elogios da mídia especializada, abocanhando prêmios e lotando qualquer lugar onde se apresentam.  






Por falar nisso, o The Black Keys se apresentará pela primeira vez no Brasil em março deste ano, no segundo dia do festival Lollapalooza, em São Paulo. Infelizmente a falta de verba me impede de testemunhar esta que tem tudo para ser um excelente show. O jeito vai ser acompanhar pela tv mesmo.

Para o meu desespero ainda maior, somente o cd mais recente foi lançado no Brasil. Os anteriores podem ser encontrados por aqui, mas por um preço exorbitante. Espero que sejam lançados por aqui em breve. Quem sabe com a vinda dos caras pra cá alguma gravadora não se habilite.

Olha...eu canso de dar boas opções de rock nesse blog. Pode ser que vocês não tenham se empolgado com nenhuma delas, mas dessa vez eu intimo vocês a darem uma ouvida no The Black Keys. Se não gostarem, podem vir me cobrar mas, sinceramente, duvido que isso aconteça. 










Nenhum comentário:

Postar um comentário