segunda-feira, 10 de junho de 2013

BLACK SABBATH - 13

Black Sabbath: os pais do metal estão de volta


Foram quase 35 anos de espera. Precisamente no dia 28 de setembro de 1978, a banda pioneira de heavy metal lançava “Never Say Die!”, o álbum que seria o último com a formação original até então.

Durante este longo período dezenas de músicos passaram pelo grupo. Só vocalistas foram sete! Apenas em duas oportunidades os quatro membros fundadores do Black Sabbath haviam se reunido até então. Em 1985, para uma apresentação isolada no festival Live Aid, e doze anos depois, quando efetivamente saíram em turnê e gravaram um disco ao vivo que incluiu uma única faixa inédita chamada “Psycho Man”.

Mas foi apenas agora no ano de 2013 que o sonho de muitos fãs finalmente se tornou realidade. O Black Sabbath acaba de lança hoje “13”, o décimo nono trabalho da longa carreira de 45 anos do grupo e o primeiro com Ozzy Osbourne nos  vocais depois de mais de três décadas. O disco foi liberado para audição em streaming no iTunes poucos dias antes do seu lançamento. E o que eu ouvi foi uma verdadeira obra prima da música pesada.


O Sabbath sempre foi uma banda marcada por suas letras polêmicas. Em várias músicas Ozzy aborda de forma ousada a relação entre o homem, Deus e o diabo. Em razão disso, muitos rotularam o Black Sabbath como uma banda satanista. Algo veementemente negado pelos seus membros. 

Eu me lembro de ter ficado bem espantado quando ainda era moleque e ouvi pela primeira vez a música “Black Sabbath”, do primeiro disco dos caras, na versão gravada pela banda Type O Negative para o tributo “Nativity In Black”. Mas havia mais do que letras assustadoras. Os britânicos não raramente tratavam também de temas políticos e guerras. Talvez o maior exemplo disso seja a música “War Pigs”, do álbum “Paranoid”, que fala sobre generais que se reúnem para planejar como vão massacrar a população mundial.

Mas voltemos ao novo álbum. “13” inicia como um típico álbum do Sabbath. Uma introdução bem fúnebre estabelece o clima perfeito para a primeira faixa “End of the Beginning”. Esta faixa de abertura mostra o tom do que vem a ser praticamente todo o disco: os riffs de guitarra matadores de Tony Iommi, muito bem acompanhados pelo pulsante baixo de Geezer Butler. Na bateria se destaca o “jovem” Brad Wilk. Sim. Ele mesmo. O responsável pelas baquetas do Rage Against the Machine tocou bateria em “13” depois que o “titular” da posição, Bill Ward, resolveu pular fora deste retorno devido a discordâncias com o contrato firmado para este novo projeto. Brad se encaixou perfeitamente com o resto do grupo e fez um trabalho digno de nota, mostrando uma técnica que não chegamos a ver na sua banda principal.


A segunda música do cd é “God is Dead?”. Esta canção já nasceu polêmica por motivos óbvios. O título desafiador serve para ilustrar do que se trata letra. Nela Geezer questiona o caos que o mundo vive e hoje e, em desespero, vocifera no refrão: “I don’t believe that God is dead! God is dead?”. Musicalmente, esta faixa começa um pouco mais cadenciada e vai crescendo ao longo de seus quase nove minutos de duração. É o primeiro single do álbum e foi muito bem escolhido. Confesso que fiquei de boca aberta quando ouvi pela primeira vez.

Na sequência vem “Loner”. Uma música que faz cair um pouco o nível de excelência de “13”, mas que não chega a ser ruim. Não sei se foi impressão minha, mas o riff principal me lembra muito o de “N.I.B”, canção do homônimo disco de estreia da banda. Já “Zeitgeist” é a “irmã gêmea” de “Planet Caravan”, do disco “Paranoid”. Ou seja, uma balada bem tranqüila com uma base composta por violão e percussão minimalista.

A metade final de “13” traz como grande destaque a faixa “Live Forever”. Certamente é a mais pesada de todo o disco e conta com um solo fantástico de Iommi. “Age of Reason” é apenas razoável e a dupla “Damaged Soul” e “Dear Father” encerram o cd de forma brilhante. Ao final desta última, para mais uma vez nos passar aquele clima de filme de terror, surgem sons de um sino de igreja, chuva e trovões. Assustador e magnífico ao mesmo tempo.
No fim das contas, “13” é um excelente álbum de metal, que segue a antiga fórmula que os fãs aprenderam a gostar há muitos anos e que influenciou várias bandas do gênero, desde o poderoso Metallica até o obscuro Corrosion of Conformity.


É claro que a roupagem dada as canções não é a mesma de 40 anos atrás. O toque de modernidade, sem tirar a essência do Black Sabbath, foi dado por ninguém menos que Rick Rubin. Um produtor que, na minha humilde opinião, é um dos melhores produtores musicais da história. Só ele mesmo para contribuir fundamentalmente com um trabalho excelente e que eu tenho certeza que vai de encontro ao anseio de tantos “metaleiros” que aguardaram longamente mais uma pérola dos pais do metal.


Estes mesmos metaleiros terão a preciosa chance de ver o Black Sabbath ao vivo aqui no Brasil, no mês de outubro, quando a banda se apresentará nas cidades de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro.  Portanto, prepare seu bolso e separe sua camiseta preta para participar de uma grande celebração do mais puro heavy metal.



2 comentários:

  1. Eu estava pensando em nao ir no show deles devido ao preço abusivo do ingresso, mas depois de escutar esse cd eu estou pensando seriamente em comprar o meu ingresso para o show.

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  2. Olha...eu diria que estou na mesma situação que vc...tomara que eu consiga it!

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