A grande
volta do Nine Inch Nails
Em 2009 eu
escrevi um texto sobre o encerramento por tempo indeterminado das atividades de
uma das maiores bandas de rock que o mundo já viu. Exagero? Não para mim e para
alguns fãs que conheço por aí. Estou me referindo ao Nine Inch Nails.
Este grupo
de rock alternativo (industrial, experimental, chame do que quiserem), ficou
cerca de quatro anos totalmente inativo. Na verdade, seu líder/faz tudo, Trent
Reznor, foi quem resolveu “dar um tempo” para se dedicar a outros projetos.
Entre eles, a composição da trilha sonora do filme “Rede Social”, em parceria
com o produtor e amigo Atticus Ross e pela qual ganhou um Oscar em 2011.
Eis que
então veio a surpresa. Em 2012, quando tudo indicava que ele seguiria com sua
nova banda, How to Destroy Angels, onde tocava com sua esposa, Reznor começou a
dar indícios de que o Nine Inch Nails estaria preparando um retorno. Os
indícios foram se tornando fatos cada vez mais concretos e nos primeiros meses
de 2013, o vocalista anunciou que um novo álbum estava quase finalizado. Pouco
tempo depois foram revelados os nomes dos músicos que se juntariam a ele em
turnê. Pronto. O Nine Inch Nails oficialmente estava de volta.
O último
passo antes de “colocar a mão na massa” novamente foi divulgar o nome do novo
LP, “Hesitation Marks”, e o primeiro single do mesmo, “Come Back Haunted”. A
largada para a nova turnê se deu precisamente no dia 26 de julho, na cidade de Niigata,
no Japão, onde o Nine Inch Nails subiu ao palco novamente como uma das principais
atrações do Fuji Rock Festival e entregou ao público uma performance absolutamente
fantástica.
O NIN é
conhecido por unir de forma extremamente competente os elementos áudio e visual
em todas as suas turnês. Para este retorno, Trent Reznor prometia mais uma vez
arrebatar os espectadores com efeitos de luzes e sombras que criariam a
atmosfera perfeita para cada uma das canções executadas. E foi exatamente isso
que aconteceu.
O show
começou logo de cara com “Copy A”, uma música nova que mostrou uma pegada bem eletrônica.
Em seguida vieram “Sanctified”, do primeiro álbum dos caras, e “Come Back
Haunted”. Este início parecia realmente um show de música eletrônica, com todos
os integrantes da banda posicionados na frente do palco e tocando instrumentos
como bateria eletrônica, teclados e programadores de samples. Genial!
A partir
daí entraram os instrumentos tradicionais e a apresentação seguiu como de
costume: guitarras, baixo cheio de efeitos, batidas frenéticas e o vocal ainda
impecável de Trent Reznor. E como se ainda não fosse o suficiente, somou-se a
tudo isso a performance insana do jovem baterista Ilan Rubin. Especialmente durante
a execução de “Piggy”.
Fica
difícil destacar um ponto alto do show. A banda foi constante do início ao fim
e a plateia japonesa, que não é conhecida pela empolgação típica do público
latino, por exemplo, se manteve em um estado misto de letargia durante cada
música e só vibravam entre um número e outro. Talvez estivessem hipnotizados
com o que viam em cima do palco.
Após mesclarem
de forma inteligente as canções de todas as fases de sua carreira com as
canções a serem lançadas no novo trabalho, o show foi finalizado com a clássica
“Hurt”, daquele que provavelmente é o disco mais elogiado da banda, “The
Downward Spiral”, de 1994. Encerramento perfeito.
Ainda
boquiaberto com o que vi durante pouco mais de 90 minutos, só uma coisa veio à
minha mente: “preciso ver esses caras ao vivo”. Eu já consegui ver muitas das
minhas bandas preferidas in loco. Depois do show do Rage Against the Machine e
do Foo Fighters achei que não havia sobrado mais nenhuma. Mas pelo visto eu
estava enganado.
Mais uma
vez ficou claro pra mim que um show do Nine Inch Nails deve ser uma experiência
inigualável. Não quero comparar com os espetáculos megalomaníacos do Pink
Floyd, nem com o exagero desnecessário do U2. Apenas acredito que deva ser uma
oportunidade singular de testemunhar a apresentação de uma banda que, através
de seu líder, sempre tentou dar um passo a frente com relação aos demais
artistas. A turnê do NIN está apenas começando. Quem sabe em 2014 os caras não
aparecem por aqui? Caso isso se confirme, se você topar embarcar nessa viagem, fatalmente vai
se encontrar comigo.
Setlist:
Copy of A
Sanctified
(Altered version)
Came Back Haunted
1,000,000
March of the Pigs
Piggy
The Frail
The Wretched
Terrible Lie
Closer
(With snippet of The Only Time)
Gave Up
Help Me I Am in Hell
Me, I'm Not
Find My Way
What If We Could?
(Trent Reznor and Atticus Ross cover)
The Way Out Is Through
Wish
Survivalism
Only
The Hand That Feeds
Head Like a Hole
Hurt
Sanctified
(Altered version)
Came Back Haunted
1,000,000
March of the Pigs
Piggy
The Frail
The Wretched
Terrible Lie
Closer
(With snippet of The Only Time)
Gave Up
Help Me I Am in Hell
Me, I'm Not
Find My Way
What If We Could?
(Trent Reznor and Atticus Ross cover)
The Way Out Is Through
Wish
Survivalism
Only
The Hand That Feeds
Head Like a Hole
Hurt